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Quando uma banda como os Architects, de uma evolução tremenda desde que agitaram as moshpits repletas de juventude nos seus inícios com a sua descarga enérgica singular, começa a aproximar-se do estatuto veterano, é tempo de olhar para o seu futuro e ponderar se querem soar sempre igual. Pronto, quando o futuro da própria humanidade é que já começa a parecer incerto, então é que é tempo de pôr mãos à obra, e foi isso que inspirou “For Those That Wish to Exist.”
Partilhando as preocupações ambientais com os conterrâneos Enter Shikari, também parecem pedir-lhes emprestada a electrónica, que muito rega este novo e arriscado álbum. Bem mais directo e o seu mais melódico até agora, ainda mais à procura do refrão grandioso, deixando as esquizofrenias matemáticas para segundo plano. Também trabalha mais a atmosfera, para realmente nos fazer sentir o clima apocalíptico que pretendem, para ver se nos impingem a preocupação de alguma forma. Se a parte lírica é de uma pertinência imensa, a parte sonora pode alienar alguns fãs que temam um caminho semelhante aos também conterrâneos, contemporâneos e até parceiros de cena Bring Me the Horizon, que já praticamente divagam na pop. E aquela “Flight Without Feathers” causa muitos receios? Pronto, abre caminho para uma “Little Wonder” mais industrializada mas melódica, com Mike Kerr dos Royal Blood, que antecede uma “Animals,” enorme hino de pulmão cheio, talvez a derradeira malha de todo este variado trabalho.
É um direito que se conquista após uma carreira respeitável e longa, ainda para mais quando já passaram por tudo de pior que se possa passar. Não se sente qualquer perda de identidade ou de integridade. A curiosidade de uma participação como a de Simon Neil nem é de levantar questões, também ele já teve uns Biffy Clyro mais enloucados que podiam ser parceiros de tour aqui dos Architects noutros tempos. É em “Goliath” e até é um outro grande destaque de um disco rico. Rico em variedade, que ainda é uma boa proposta de metalcore, deixa-se influenciar um pouco mais por nu metal, industrial, electrónica e uma parte atmosférica vinda de um pós-rock ou space rock, – “spacecore” ou ainda não temos o direito de inventar maus palavrões? – e realmente umas semelhanças que existam com a evolução dos Bring Me the Horizon. E rico em hinos e refrão eficaz, com um punhado de canções iniciais, a seguir à curta intro, de puxar por um estádio. É o resultado de uma longa carreira sempre cheia de criatividade e vale a pena revisitar tanto quanto os clássicos do mathcore que tenham assinado. Até porque o que têm aqui a dizer é muito pertinente e o assunto é sério.
Dead Butterflies, Animals, Goliath
While She Sleeps, Beartooth, Bring Me the Horizon