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Temos que estar atentos a qual banda vamos ter a cada ano. Ou pelo menos é assim que parece que Mike Patton vai trabalhando ultimamente. Surpreendidos e agradados com o regresso dos Mr. Bungle do ano anterior, este ano temos “Tonic Immobility,” sucessor de “Oddfellows” que já conta oito anos. Isto seguindo a fundação dos Dead Cross, o regresso discográfico dos Faith No More… É muito difícil para qualquer fã de Patton não ficar em pulgas com o que venha a seguir. Fantômas em 2022? Vai-lhe dar vontade de resgatar o subvalorizado projecto Peeping Tom? Lovage?!
É talvez o mais acessível dos seus projectos que rotulem sempre com aquele “experimental” que os próprios chegam a recusar. Mas não é por isso que a sua obra discográfica seja uma viagem assim tão fácil e o mesmo acontece em “Tonic Immobility” que mistura as rockalhadas mais fortes com outras mais suaves e sinistras por entre – e cá vamos nós por esse caminho – experimentalismos. É uma banda com Patton na frente, logo já sabemos para o que vamos. É aquele “love it or hate it”: ele vai roubar o show com a sua performance, mesmo que em Tomahawk ele recorra mais ao seu tom grave, igualmente impressionante. Não deixa de perder as estribeiras de vez em quando, como na guinchadeira final de “Howlie” ou alguns espasmos de “Tattoo Zero” mas, no geral, está bem mais contido e sem a necessidade de desatar numa chinfrineira vocal como se estivesse a auxiliar o igualmente excêntrico John Zorn nas suas obras mais litânicas.
Mas é disco de se explorar com mais atenção: há mais destaques além de Patton. Talvez o melhor trabalho de guitarra que Duane Denison, dos The Jesus Lizard, tenha apresentado num disco de Tomahawk e outra coisa que realmente nos puxa para os temas e que reparamos que são a sua base são as suas basslines, a cargo de Trevor Dunn, colega de Patton nos Mr. Bungle. Aquela identidade única Tomahawk que faz com que muitos lhe atribuam o adjectivo “experimental” mesmo que tenha muitas malhas directas e não seja a loucura dos Fantômas ou a esquizofrenia clássica dos Mr. Bungle está cá numa facilitada procura de malhas como “SHHH!,” “Predators and Scavengers,” “Business Casual, “Howlie, “Dog Eat Dog” ou o falso lounge de “Sidewinder” a lembrar algo que pudesse estar no “King for a Day… Fool for a Lifetime” dos Faith No More. Quando um famoso “workaholic” se vê confinado e não pode andar em palcos, vê-se com tempo para sacar de umas obras como esta.
Predators and Scavengers, Howlie, Dog Eat Dog
Faith No More, The Jesus Lizard, Helmet