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Relevância é sempre problemática com actos populares, especialmente as ditas “bandas de entrada,” categoria onde se inserem os Evanescence. Que já tinham problemas com isso ainda antes do factor temporal entrar. Eram uma boa banda de entrada a apelar a várias demografias, tanto a miúda gótica de eyeliner sobrecarregado como o moço de calças largas do nu metal, juntando o melhor – se assim o considerarmos – dos dois mundos. Mas assim que lhes abrissem as portas para actos de nu metal mais pesados ou para os Nightwish, Within Temptation e Epica desta vida, rapidamente escorregavam para o fundo do catálogo, sem precisar que ambos os movimentos também perdessem o seu gás.
Porém não é caso para considerar os Evanescence uma espécie de “patinhos feios” das suas ondas, pelo contrário há a aclamar a sua fusão sonora única, a fidelidade de muitos dos seus fãs, a capacidade em escrever boas hooks melódicas quando é preciso, a voz de Amy Lee e a importância que um álbum como “Fallen” teve na música pesada comercial na década de 00. Mas nada disso impede que este “The Bitter Truth” seja uma experiência nostálgica, com as novidades e riscos a prometer serem os mais polarizadores, como a presença de electrónica em vários temas, especialmente a electropop de “Yeah Right,” o maior choque frontal, mesmo que talvez seja com um sarcasmo intencional, – a Amy está claramente chateada com alguma coisa – em comparação à mais segura “Better Without You” que soa a um tema que pudesse estar no “The Open Door” mas com electrónica à mistura.
Ainda há boas canções como “Broken Pieces Shine,” “Feeding the Dark,” o promissor single “Wasted on You” ou “Use My Voice” – vão lá ver a catrafada de nomes conhecidíssimos que foram buscar para os back vocals desta – entre algumas muito mais insossas. O balanço entre os factores à antiga – como um breakdown à Korn em “The Game Is Over” ou “Far from Heaven,” a “My Immortal” deste burgo – e as abordagens mais modernas, como a ocasional pesca a um pop rock de estádio mais contemporâneo, já esclarece o quão misto é todo este “The Bitter Truth.” Com interesse suficiente para que os antigos fãs já adultos o verifiquem, é uma viagem por território não-tão-novo e sempre de mãozinha dada para não nos perdermos ou estranharmos algum bicho mais estranho como aquela “Yeah Right.” Um disco nostálgico a tentar não o ser. Mas para quem já podia ter pendurado as botas há um tempo, é um esforço ainda frutífero de se louvar.
Broken Pieces Shine, Better Without You, Wasted on You
Within Temptation, Halestorm, Skillet