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Os Gojira já conquistaram o mundo. Não é um processo ainda a decorrer, já está feito, ali a partir da França fizeram o Mundo render-se ao seu peso. Com isso vêm narizes torcidos de quem os acompanha desde que eles deixaram de ser Godzilla – ou desde que o eram, mesmo – que notam a densidade do seu death metal técnico e progressivo carregado de groove, a tornar-se mais acessível.
Não dá para negar essas afirmações, apenas variará de ouvinte para ouvinte, se o caminho traçado desde o início da sua notoriedade até este “Fortitude” é uma evolução ou o contrário. O pique do seu imediatismo e absorção directa terá sido no antecessor “Magma,” com o novo a pegar no groove e no “alt-metal” aí presente para o tornar um pouco mais complexo e entusiasmante, mantendo um formato de canção memorável que favorece o alinhamento do “Fortitude.” Todos os temas aqui são destacáveis, com uma capacidade de ficar na memória que contorne o peso, a complexidade e mudanças de rumos e tempos nas estruturas. Também permitiram que os temas se “aclarassem” um pouco mais em relação às pesadas inspirações de “Magma,” fortemente influenciado pela perda da mãe dos irmãos Duplantier, sendo que a preocupação ambiental e a atmosfera catártica são coisas que nunca retirarão da sua receita.
Os ares tribais de “Amazonia” – sobre a grave desflorestação e lançado com o intuito de angariar fundos para caridade pró-indígena – aliados ao groove podiam fazer antever alguns acenares aos Sepultura do “Roots,” mas muito ambiente e força do refrão, assim como passagens de “Born for One Thing” até apontam mais para Mastodon, – com muito escriba por aí a considerar “Fortitude” o seu “Crack the Skye” – sendo que aquilo que mais se ouve aqui de forma inconfundível é Gojira. Permanecem máquinas de fazer riffs densos, ora técnicos, ora groovy e simplistas, com o death metal em segundo plano para garantir a faceta mais pesada, que já se alia a partes limpas e por vezes até psicadélicas, – ou o início de “Hold On” – ou originando obras-primas caóticas como “Into the Storm,” que podia ser uma acessível canção de rock, se não estivesse embrulhada por uma Meshuggalhada de riff. Coisas que vamos associando aos Gojira, em vez de “sell outs” e outros palavrões. Disco a revisitar quando estes Franceses se tornarem ainda maiores, para vermos se é o ponto de partida que parece.
Amazonia, Another World, Into the World
Mastodon, Meshuggah, The Ocean