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Estes tempos andam muito negros, faz falta qualquer coisa para aprimorar a boa-disposição. Tanta banda se inspira nesta confusa vida que andamos todos a viver e bebem inspiração às suas próprias dificuldades e isolamentos para dispararem alguns dos seus discos mais negros. E nós a querer alguma corzinha de vez em quando, para não nos sentirmos pior ainda. Aqui os Red Fang são boa aposta para a animação, mas ainda por cima nunca nos tinham feito esperar tanto por um disco novo. Temos “Arrows,” temos três quartos-de-hora de rockalhada stoner, riffs e bom humor.
Os discos de Red Fang querem-se sempre simples, são sempre aquela perfeita ferramenta de descompressão, mas à medida que o número vai aumentando, cada vez se resiste menos à tentação de esmiuçar os seus pormenores, aquelas toques mais ou menos subtis de novidade, algo que o faça distinguir dos seus antecessores para nos dar aquele conforto de que o percurso é consistente mas ainda não está em piloto automático. E, depois da primeira audição em que lá estivemos a abanar a cabeça a velocidades diferentes, notamos coisas que até são flagrantes. Mas sem alarmes, tudo aqui são malhas que, mesmo quando são mesmo à Melvins, são puramente Red Fang. Mas “Arrows” é o álbum mais cavernoso dos Red Fang. Ainda sem parecerem ambicionar tornar-se uns doomsters fumarentos, – mesmo com “Unreal Estate” a lembrar-nos aquela parcela melódica dos Pallbearer – nota-se imediatamente uma produção lamacenta neste álbum, que logo lhe dá uma roupagem diferente dos seus sucessos anteriores.
Também é algo que se torna central de imediato e que até pode iniciar um processo de alienação após anos de consistente aclamação e concordância. Enquanto alguns poderão sentir-se atraídos por estes Red Fang mais crus, metalizados, sujos, densos e com um toque mais cavernoso mais à Big Business, deixando esta faceta arockhalhada mais para os Clutch, outros podem realmente chamar-lhe apenas fraca produção e mistura e sentir-se afastados das malhas que aqui existem. “Arrows” ainda é mais uma grande obra dos Red Fang mas pode ser o primeiro álbum deste quarteto de Portland a precisar de mais tempo e aprendizagem para se juntar aos seus antecessores.
Unreal State, Two High, Anodyne
Black Tusk, Orange Goblin, Big Business