Helloween

Helloween
2021 | Nuclear Blast | Power metal

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Um álbum auto-intitulado. Com um nome longe de ser novo, não é uma apresentação. É celebratório. Ou a representar os Helloween no seu mais Helloween. E a celebrar o quê? Já lá vão dezasseis álbuns e as quatro décadas de carreira cada vez mais perto de fechar. Já dava para qualquer coisa. Mas o que faz deste disco dos Helloween tão Helloween afinal? Talvez a surpresa de conter os três diferentes vocalistas do seu percurso aqui presentes a partilhar a tarefa!

Ainda sem serem propriamente uns Van Halen ou AC/DC ou sequer uns Cannibal Corpse no que diz respeito ao clubismo de vocalistas e separação de fãs, já se pode dizer que tanto Michael Kiske como Kai Hansen deixavam as suas saudades, cantando em discos míticos da lendária banda Alemã. Os regressos seriam surpreendentes de qualquer forma, mas já andavam a mimar os fãs com a sua “Pumpkins United Tour” que os reuniu a todos, como celebração de um enorme legado e a mostrar que não há cá espaço para azedumes de relações. Claramente até há espaço para muita gente, com a banda agora ampliada a um septeto, oficializado com um disco editado com essa mesma formação “all-star” sem cair na foleirice de duetos ou referências a “somos todos amigos, unidos pelo metal.” É apenas um grande disco dos Helloween, como eles o sabem fazer, a injecção que o metal mais melódico tem vindo sempre a precisar, após tamanha estagnação.

Logo com os laivos à la Maiden com elevados níveis de açúcar de “Out for the Glory” que notamos que estamos perante uns Helloween surpreendentemente no pico da sua forma. Segue-se um álbum que aguenta a sua longa duração com poucos fillers e imensos temas over-the-top e épicos como eles mesmo ditaram que seria o power metal Europeu – com alguma contenção e sem uns malditos sintetizadores epilépticos a afogar tudo, como muitos influenciados seus fazem. Flui sem dividir os temas e mantendo-nos suficientemente envoltos, investidos e distraídos para não estarmos a separar “este tema é com aquele e este com o outro.” Traz um pouco de Helloween primordial, muito dos mais modernos e até traz muito de Gamma Ray, algo fácil de aqui se instalar. Entre o catchy e cantarolável como “Best Time,” uma das mais viciantes canções deste álbum e talvez o melhor uso de múltiplas vozes, ou “Indestructible,” ao mais épico e conceptual de “Robot King” ou a óbvia ambiciosa “Skyfall.” Uma surpresa, este “Helloween.” O que podia ser apenas um “cashgrab” mal executado, afinal é mesmo o seu melhor disco em algum tempo.

Músicas em destaque:

Out for the Glory, Best Time, Skyfall

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Gamma Ray, Rage, Edguy


sobre o autor

Christopher Monteiro

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