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Power metal teatral embebido na sua própria sonoridade épica e uma imagem berrante. Recorremos aqui à redundância, só com “power metal” já implicaríamos o resto. Mas num género já tão saturado e perdido, – e, confessemos, ensopadinho de azeite – não podemos deixar uma banda tão única como os Powerwolf cair nessa descrição genérica. “Call of the Wild” é um novo disco que por acaso até nos traz estes vampiros/lobisomens que já nos beberam o sangue e santificaram com dinamite, tal e qual como os conhecemos há anos.
A soar tão épicos como eles conseguem, sem caírem nos clichés de andarem de espada em riste, a combater dragões no topo de uma montanha, com as cabeleiras ao vento. Mas aí está uma faca de dois gumes. Pelo lado bom, não perdem o jeito no que diz respeito às suas melodias e ao refrão grandioso, ainda capazes de criar hinos catárticos que acabam por nos captar a atenção ainda mais do que a sua imagem. E, sem dizer que seja mau, mas por outro lado mais tremido, tudo aqui já soa extremamente familiar, já têm os seus próprios clichés, e já fará alguns questionar até quanto tempo a fórmula não fica já gasta. Se chegarmos ao fim de “Call of the Wild” ainda a cantarolar muita malha cinematográfica que para aqui vai, há segurança em todo o approach único dos Powerwolf, no qual ainda se possam debruçar à vontade.
As letras mantêm a mesma mítica espiritual misteriosa e enigmática – se a pergunta mais regular que lhes fazem em entrevistas é se são Cristãos ou Satânicos, coisas realmente tão próximas uma da outra, é porque devem estar a fazer algo bem – e a imagem gótica aliada ao power metal épico mantém-se intacta. Se já estamos treinados a temer o exagero nos elementos sinfónicos que possam engolir tudo, aqui realmente só ampliam e aprimoram o que já é épico e regularmente até fazem de Sabaton melhor que os Sabaton. Uma power ballad de power metal é suficiente para nos fazer ranger os dentes em temor, mas “Alive or Undead” até dá bem conta do recado. E se querem ser um pouquinho mais folk, “Blood for Blood (Faoladh)” até nem é uma má prova. Claro que aquele cantinho no coração para um “Blood of the Saints” já não deve dar para ser cedido a qualquer outro que venha agora. Mas “Call of the Wild” tem o mesmo tipo de canções para fazer o lobisomem/acólito Romano/vampiro gótico dentro de nós cantar a pulmão cheio. Powerwolf pintado por números ainda resulta. E se estiver lua cheia ainda melhor.
Faster Than the Flame, Call of the Wild, Undress to Confess
Blind Guardian, Sabaton, Gloryhammer