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Clan of Mercy. Sisters of Xymox. Já ouvimos as variantes todas, por muito contemporâneos que até sejam os actos. Não se evitam as comparações e até se tornam depreciativas e sugerem muitas limitações neste rock gótico saído dos mais fumarentos cantos da década de 80. Que até existem e “Limbo” está longe de trazer algo de novo ao panorama, mas vindo de um grupo pioneiro justifica-se perfeitamente.
O melancólico Ronny Moorings lá teve confiança suficiente para trazer-nos um novo álbum apenas um ano depois de “Spider on the Wall.” Que é o que chamamos agora ao período de inactividade na estrada das bandas, em que têm que se entreter com alguma coisa enquanto estão confinados. Algo difícil de contornar neste “Limbo,” quando inspira tanto o tema, as letras, a atmosfera e todo o conceito meio analista e realista, meio ficção científica. Com questões, desespero e cepticismo suficientes para serem levados para algum extremo mais indesejável. É o que se sente desde logo com o trio introdutório “Brave New World,” “Lockdown” e “Big Brother,” cujos títulos desde já não dão para grandes subtilezas. E depois de nos fazer reflectir, deprimir, dançar, bater o pé e essas cenas todas que os gógós sempre nos puseram a fazer desde sempre, perguntam, como todos nós, “How Long?” deixando-nos a marinar naquela incerteza e saudosismo da normalidade em que ainda estamos. Até lá podemos repetir a viagem de “Limbo,” que até foi interessante.
O título pode ser referente ao “limbo” de incerteza em que vivemos actualmente, mas em nada se aplica à banda mesmo que ela venha trazer aquele familiar darkwave que os tornou conhecidos há mais de três décadas atrás – é aquela electrónica à Depeche Mode com riffs pós-punk à The Cure, se quisermos ser muito simplistas e incompletos. E podem ter influenciado meio mundo a fazer semelhante e/ou melhor, – os Drab Majesty andam aí – a partir do mesmo ponto antes de comercializar o seu som, – a forma como os Bella Morte tornaram o seu rock gótico mais acessível e juvenil antes de retrocederem no processo – ou a tornar a coisa bem mais adocicada – sem referências, não chamemos para aqui os The Bravery. Os Clan of Xymox não seguem nada disso e mantêm a mesma linha desde o início, estando a magia em escrever boas canções com as doses certas de melancolia e esperança, na bela atmosfera deste instrumental e voz tão envolventes, em fazer isto soar tão bem hoje como na década de 80, quando brilharam com os dois primeiros grandes discos ou no seu revival da década de 90 onde cada um escolhe o seu álbum favorito – seleccionamos o “Creatures.” E chegar ao fim pouquíssimo preocupados com o quão semelhante soa aos outros registos, – e a outros pares do mesmo género, lá está a maldição – porque até nem queríamos outra coisa.
Brave New World, Big Brother, In Control
The Sisters of Mercy, Cocteau Twins, The Frozen Autumn