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É o que dá a flor da idade, uma energia e vontade que faz com que não tivéssemos que esperar muito para um sucessor da entusiasmante estreia de Jade Bird. Dois anos de espera e chega-nos “Different Kinds of Light”, já a fazer sentir aquele amadurecimento, a jornada que vem sempre com artistas crescentes que atraíram atenções logo desde o início.
Um grande destaque na música de Jade Bird continua a ser a voz, mas não apenas como uma distracção para a falta de qualquer conteúdo ou profundidade que a justifique. Já temos tabelas de vendas e concursos televisivos de talentos suficientes para isso. Jade Bird abraça totalmente o seu estatuto de cantautora e sabe o que fazer com ele e como usar o seu ouvido apurado para a melodia dócil. Ainda a assentar-se numa folk americana e country, – a atribuir-lhe a nacionalidade de “Inglesa, mas ninguém diria” – com uma edge roqueira que mostre disparidade nas referências musicais que detectamos, há familiaridade neste segundo registo mas suficientes diferenças para se sentir o tal amadurecimento. Não é um cartão de visita tão breve como o auto-intitulado de estreia e talvez não seja tão imediato na hora de destacar cada canção por si, mesmo que ao longo de todos os quinze temas, um pouquinho mais uniformes que os do antecessor, não se sinta qualquer passo em falso. É na mesma a alma de Jade Bird depositada em temas de maior suporte acústico, de identidade forte e sem qualquer falha no departamento melódico que já nos seduzira inicialmente.
É a afeição aos temas do álbum de estreia, que ainda andamos a cantarolar, que possam servir de obstáculo aos de “Different Kinds of Light”, que estabelece bem Jade Bird no panorama acessível mais alternativo onde se insere. Não deixa de haver destaques e distinções a fazer, quer ao lado mais baladeiro ou àquele mais intenso, mais rock, mesmo que esse fique um pouco mais para segundo plano aqui, – não deixando de haver uma “1994” ou uma “Rely On”, cuja base ainda se mantém inteiramente na folk – algumas delícias vocais como as de “Now Is the Time” e até um grande fecho como “Headstart”, mesmo a pedir a cantoria em conjunto, e a tentar ser a “I Get No Joy” deste conjunto. O tal disco maduro. E ela ainda está nos vinte-e-poucos anos, imaginem o quanto ainda esteja para vir…
Open Up the Heavens, Now Is the Time, Headstart
Brandi Carlile, KT Tunstall, Phoebe Bridgers