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Tal é o impacto de um novo álbum dos Aborted no panorama do death metal mais abrutalhado, ainda a mantê-los bem no topo dessa doentia cadeia alimentar, que já nos parece estranho lembrar que houve um tempo em que até andavam desinspirados. Sem alguma mudança estilística ou coisa parecida, “Strychnine.213” e este “ManiaCult” são claramente feitos pela mesma banda, este novo só é aquele tremendo petardo que o outro não é, mesmo que ainda tenha os seus valores.
O fenómeno tem a ver com a entrega e o impacto. Falamos de música extrema, tem a ver com a intensidade. E não falámos de coisas bonitinhas, é death metal do mais bruto, é mesmo com violência que se fazem as analogias. E uma murraça é sempre uma murraça, só é aplicada com forças diferentes. E “ManiaCult” puxa bem atrás. Deixando então qualquer louvor e apreciação por pancadaria e tentando explicar o suposto “segredo” de forma mais científica, o que faz os Aborted ainda resultar tão bem, sem mexer na fórmula, é fazer tanto efeito antes sequer de dar para queixar de que “é o mesmo de antes,” ainda prende o ouvinte à procura daquele peso avassalador. É aquilo a que se recorre intencionalmente quando nos estamos lá a marimbar para originalidade e queremos é um riffalhaço como deve ser.
Que é a chave e é algo que imediatamente justifica qualquer aclamação que se dê a “ManiaCult”. O riff está no lugar onde é suposto, que é na frente, a comandar a destruição. Sim, há técnica, mas não estão aqui a disparatar com virtuosismos vazios, os solos são cortantes e por vezes capazes de abrir a porta a uns gélidos tremolos a injectar as brutas canções de uma maleficência meia black metal. A dualidade vocal de Svencho, como que em discussão consigo próprio – neste campeonato só lhe farão frente um Travis Ryan dos Cattle Decapitation ou um Julien Truchan dos Benighted – continua a ser instantaneamente reconhecível e impressionante. E, como nem só de slashers se faz o terror, há muito clima desastroso e apocalítpico, como as atmosferas de “Drag Me to Hell” ou “A Vulgar Quagmire” – e o interlúdiozinho ao piano que segue esta, já vos tem a olhar à volta e a preparar para fugir ou o estardalhaço de “Ceremonial Ineptitude” tem que o fazer à força? Tudo parte da identidade que os Aborted já construíram ao longo dos seus 25 anos de carreira. Estamos a ouvir, a dar ao pescoço e a marcar “check” nas caixinhas todas do que compõe um disco dos Aborted. Incluíndo aquela que diz que “’tá do caraças,” mantendo aqui alguma sensibilidade. E a da capa espectacular!
ManiaCult, Portal to Vacuity, Ceremonial Ineptitude
Cattle Decapitation, Dying Fetus, Suffocation