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Em tempos modernos desconfiamos de assiduidade em demasia. Além de ser uma era de excessos em que nos custa mais a interiorizar uma coisa, admite-se que seja mais difícil criar algo novo em tão pouco tempo. Vemos discos próximos como suspeitos porque partimos inicialmente para a ideia do “apressado” em vez do “inspirado.” “A Celebration of Endings” dos Biffy Clyro conta apenas pouco mais de um ano, mas já temos uma novidade. “The Myth of the Happily Ever After,” a arriscar o simplista rótulo de “disco de sobras,” quando preferem que seja um “álbum irmão.”
Com optimismo, vamos confiar nos Biffy Clyro. Eles têm sempre muitos b-sides que eventualmente até compilam e “Opposites” foi um álbum duplo ao qual estranhámos a falta de chouriço. São naturalmente produtivos estes rapazes Escoceses e também já atingiram o estatuto de poder fazer o que quiserem. Aqui já referente à sua sonoridade. Com uma trilogia inicial a colocá-los num pouco ortodoxo pós-hardcore matemático e seguinte discos a expandir a ambição para um rock de estádio, já desbloquearam acesso a brincar com tudo isso e experimentar de tudo um pouco. E após várias audições a “The Myth of the Happily Ever Fater,” até começamos a perceber melhor o seu posicionamento. Se “A Celebration of Endings” já tinha uns Biffy Clyro à vontade, quer a fazer hits de “anthem pop rock” moderno como em “Instant History” ou a produzir o seu maior retorno às raízes com uma “Cop Syrup,” este sucessor tem uma amplitude ainda maior de experimentalismos. E afinal “Celebration” foi uma abertura e este “Myth” é que é o evento principal, o potencial maior grito de liberdade criativa do trio Escocês.
Anda tudo dentro do campo Biffy Clyro, mas a mostrar o quão extenso esse campo realmente é. Fazem-se throwbacks aos riffs mais matemáticos à “Infinity Land” em “A Hunger in Your Haunt” e é inevitável um paralelismo entre “Witch’s Cup” e “Living Is a Problem Because Everything Dies.” Nem estranhamos a forma como empregam electrónica em “Separate Missions” e como convive com alguns dos seus temas mais pesados como “Denier,” ou “Holy Water,” esta a enganar com o seu início acústico. Não parecem importados com um potencial rótulo de baladeiros e lá está “Existed” para tornar tudo um pouco mais pegajoso, mas parecem importados em recuperar o seu lado mais progressivo, como se nota em “Errors in the History of God,” “Unknown Male 01,” ou na altamente experimental “Slurpy Slurpy Sleep Sleep.” Uma experiência surpreendente e agradável, a do suposto apressado disco de uma banda que leva muito a sério a arte de escrever canções grandiosas. E ficamos a coçar a cabeça, meio confusos, ao notarmos que afinal o segundo da rápida sucessão de álbuns, era melhor que o primeiro!
A Hunger in Your Haunt, Witch’s Cup, Holy Water
Royal Blood, Foo Fighters, Don Broco