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Se os Black Label Society são uma banda especial para todos os que os admiram desde que descobriram o seu rock pesado e gingão regado de whisky, a este ponto, quando se aproximam da dúzia de discos, até se pode aceitar que o grupo de Zakk Wylde já não precise de fazer algo de especial para que este “Doom Crew Inc.” cumpra o prometido: umas malhas, catrafadas de solos, uns copos e, não de modo geral mas que também se adeque, umas voltinhas de mota debaixo de um sol tórrido.
“Doom Crew Inc.” até pode ser um álbum que não traz originalidade ao repertório dos Black Label Society e já a partir da capa parece que o começamos a ouvir, já a antecipar o tipo de riff que vai haver ao longo da sua hora de duração. E pedir reinvenções agora a um tipo que já faz parte de um patamar onde pode ser adorado, quando tanto ele venerou aqueles que os inspiraram a ele, seria disparatado. É aceitar que não dá para fazer outro “1919 Eternal” e que, com os riffs no sítio, melodias sulistas e uma performance vocal de Wylde ainda sem perder a forma, temos mais um para divertir. Escusado será fazer qualquer menção aos dotes na guitarra de Zakk Wylde, mesmo que tenham estado a dormir nas últimas três décadas saberão o seu estatuto como herói da guitarra. E claro que está lá: quem não se maça com os seus exibicionismos, – especialmente ao vivo! – tem muito solo da marca Wylde para desfrutar.
No geral, há destaques a encontrar em “Doom Crew Inc.” como a abertura Sabbathesca de “Set You Free” ou o mais descarado tributo de “Gospel of Lies,” aquela injecção de álcool num organismo mais Alice in Chains de “End of Days” ou o sleeze de “Forsaken.” Destacam-se por entre outras canções menos memoráveis que tornam o disco muito longo e gorduroso e de todas as vezes em que Zakk se senta ao piano para expressar o seu sentimentalismo que, mesmo que de forma perfeitamente competente, faz parecer que anda a tocar a mesma balada várias vezes há anos. Repetições e insistências enriquecerão a experiência mas não acrescentarão alguma coisa que os clássicos não tenham já feito. São o que dão o estatuto a Zakk e companhia: suficientemente respeitados e credíveis para que mesmo os seus discos menos interessantes tenham o seu propósito.
Set You Free, End of Days, Gospel of Lies
Black Sabbath, Pantera, Clutch