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Nunca falhando na assiduidade, os Korn são um raro exemplo de alguém que revitalizou a carreira quando já ninguém estava à espera disso e deixaram essas brincadeiras dos actos nostálgicos para outra malta muito certamente influenciada por eles. Com um “The Serenity of Suffering” e um “The Nothing” tão bem conseguidos, a expectativa para “Requiem” até ficam mistas: estamos seguros de que os Korn estão numa boa fase contínua ou dois tiros certeiros já foi sorte a mais? Uma audição volta a surpreender-nos: afinal os Korn “voltaram” mesmo para ficar.
Com os clássicos a tornar-se mais clássicos e alguns discos da sua fase mais experimental a conquistar algum respeito retrospectivo – não as escorregadelas para o dubstep, mas aquelas experiências do “See You on the Other Side” ou do “Untitled” – para que a sua fase mais fraca realmente comece a perder relevo, a obra dos Korn começa a ganhar outra força. E a juntar este “Requiem” ao difícil e respeitável hat-trick, também há imposição. Os Korn já não são uma banda para os miúdos renegados de roupa larga. Esses já cresceram e devem muito ao conjunto liderado por Jonathan Davis. E os Korn mandam no nu metal. “Requiem” é uma exclamação que clama esse poder, de uma banda que realmente criou esse som e sabe como o aplicar a 2022. Que sabe como ser simples sem facilitar tanto, passadas as experiências, e sabe como nos reconfortar mal entre aquele riff grave tão característico e com melodias que nos remontem ao “Issues.”
E novamente a fazer-nos questionar a nossa ética por nos deixar quase contentes por ter esta malta num sítio negro e pesado para melhor se inspirarem. “Requiem” volta a apresentar uns Korn obscuros, aqui também a explorar uma nova abordagem à lentidão arrastada, bem aplicada com precisão, entre os temas mais enérgicos e melódicos, com muito refrão de juntar àqueles que há mais de duas décadas não nos saem da cabeça. Temos que esperar até ao tema final para ouvir aqueles míticos guturais tresloucados de Davis, mas é um pormenor de toda a familiaridade que se sente ao longo do disco. Porque sim, há conforto, mas não há conformismo e há inteligência na aplicação dos seus “tiques” e até na duração do álbum, tão curto na sua meia horinha, dispensa fillers e compacta tudo aquilo que conhecemos, mas que faz de um álbum dos Korn bom, numa audição breve mas recheada. Esta frescura ao décimo-quarto álbum.
Let the Dark Do the Rest, Start the Healing, Worst Is on Its Way
Deftones, Mudvayne, Slipknot