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E aí estão eles, rica reforma. Não dá para não falar no assunto, mesmo que isso do “acabámos, mas afinal não acabámos nada” seja conversa que já centenas de bandas lendárias o tenham feito. É que o alarido feito pelos próprios ainda foi bastante e até há registo de umas bocas e uns gozos às bandas que o fazem. E aí estão eles, já temos “Rock Believer” em 2022, no qual afirmam serem crentes do rock tal como nós. E está certo, confirma-se, nós é que já não acreditamos em nada do que eles nos digam!
Mas não estejamos com tanta tinha. Numa era em que tanto se lamenta a dificuldade que por vezes exista em separar a arte do artista por situações bem graves e horrendas, não vamos levar à cruz esta malta só por uma coisa dessas. Isso e a chatice de ser aquela banda do “hard n’ heavy” que os vossos pais e tios também gostam, e que têm os seus concertos cheios de fãs do jetset que conhecem o seu vasto repertório de um par de canções, as duas baladas: “a dos assobios” e a “Still Loving You,” que são as outras todas. Caramba, com isso quase que nos esquecemos dos valores e do tremendo legado que estes Alemães com mais de cinco décadas de carreira – já quase seis! – têm, com uma fantástica sequência de álbuns ali entre o “In Trance” de 1975 – quando trocaram o excêntrico krautrock pelo hard rock de estádio – e o “Crazy World” de 1990, só com “hits” sem propriamente algum “miss” – esses viriam depois. Há razões para o seu imenso sucesso e partimos para “Rock Believer” com eles em conta.
E com a curiosidade extra de ser o segundo álbum desde o falso fim, mas o primeiro composto por material totalmente novo, já que “Return to Forever” trabalhava muitas ideias antigas perdidas. Aqui colocarão à prova os seus dotes, se ainda estão em dia e não é só a voz de Klaus Meine, o sacana com a voz menos alterada pelo tempo e idade que ande por aí. Também os dotes de Rudolf Schenker em escrever canções de punho erguido se mantêm. Num disco simples de hard rock, aqui na sua vertente mais metalizada que revisitam regularmente, andam atrás do hino e sacodem-se de pretensiosismos. Cheios de tributos a si mesmos como de outros veteranos jurássicos, como se pode sentir numa entrada à “Runnin’ with the Devil” em “Seventh Sun” ou na gingona de esgar manhoso “When I Lay My Bones to Rest.” Umas malhas mais memoráveis que outras, faz-se valer a pena, mesmo sem algum novo hino a juntar a uma nova edição do seu “Best.” Mais enérgico que aquilo que esperaríamos dos Scorpions hoje em dia e, com um tom épico na faixa-título e alguma melancolia, que talvez deva mais ao metal de peitaça musculada dos Manowar que aos baladões de peitaça peluda dos glammers, na faixa final, não temos cá album baladeiro chato. E a sua reforma já estava bem aceite, nunca isto lhes teria sido pedido. Até contornaram qualquer enfado.
Knock ‘em Dead, Rock Believer, Seventh Sun
Van Halen, UFO, Dokken