//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
E quem está de volta! A julgar pela capa, até parece que seja alguma cena gótica mais juvenil, tipo Deathstars – e que é feito desses, realmente? – mas é, na verdade, o novo disco dos Crematory. Que, por acaso, nunca nos deixam muito tempo à espera, raramente fogem à fenda de dois anos entre álbuns. Com isso, a carreira já vai longa e profícua. Sobra espaço só para questionar se os argumentos para fazerem este “Inglorious Darkness” ter alguma força não estarão mesmo a emagrecer.
Estranha-se a capa, ao não nos parecer logo assim tão característica da banda Alemã, mas até aí chega qualquer apontamento de algo que se possa dizer diferente. Só para quem nunca tiver tido qualquer contacto com os Crematory é que pode haver aqui algo de novo, na fórmula de metal gótico de riff pesado, com auxiliares industriais a adornar um death metal que se sente mais melódico hoje em dia do que quando era o que praticavam mais exclusivamente. O refrão pegajoso continua a ser um ponto focal e principal critério de distinção dos temas, juntamente com um riff de sintetizador que lhes acrescente uma outra atmosfera que seria inesperada. Ou seja, está aqui descrito qualquer disco dos Crematory nos últimos 25 anos ou mais.
Já faz um tempo, ali talvez desde o “Revolution,” que realmente tinha um conjunto de canções que se mantêm coladas até hoje, que há uma necessidade de manter os Crematory numa linha ténue da aceitação – ou mesmo aclamação se quiserem – e a indiferença e o aborrecimento. Com mais de três décadas de carreira e contando agora dezasseis álbuns de originais, é normal que os esforços de “Inglorious Darkness” percam efeito e nem se consigam impor numa discografia tão numerosa. Por outro lado, o som que desenvolveram já é tão seu e já conquistou tanto mérito que qualquer fã terá razão em questionar qual seria a necessidade de se alterar alguma coisa. E logo uma banda tão destemida como os Crematory, que nunca têm medo de tornar os adereços da sua música um pouco mais… Escorregadios. Há realmente uma falta de Matthias Hetchler na voz limpa a compensar e sente-se alguma falta de peso, com destaque secundário aos riffs que podiam impor-se mais, como em “Das Ende,” onde curiosamente os sintetizadores ficam mais eurodance – e juntando-lhe ainda a língua-mãe, deixa o tema fugir para um campo mais Rammstein. Mas entretanto a malta já está toda a cantarolar, a duas vozes, malhas como “Inglorious Darkness,” “Rest in Peace,” “Not for the Innocent” ou “Forsaken” e está tudo cumprido. Um caso de atribuir um “nada de especial” sem tanta depreciação. É exactamente o que estava na encomenda feita pelos fãs.
Inglorious Darkness, Rest in Peace, Das Ende
Darkseed, Sentenced, Rammstein