Destroy Rebuild Until God Shows

Destroy Rebuild
2022 | Velocity Records | Pós-hardcore, Screamo, Rock alternativo

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Só um apanhado muito rápido sobre quem são estes indivíduos de nome curioso. Se nenhum osso do vosso corpo se voltar para um emo bem forte, de eyeliner esborratado por lágrimas, então nem precisam de ler mais a partir daqui. Pronto, na primeira década deste século, caso algum fã de The Used andasse mais distraído e quisesse algo mais desafiante, um fellow emo mais atento podia redireccioná-lo aos Chiodos, banda de culto destas andanças. Que, como muitas neste meio, tem sempre os seus divórcios, e viu a partida do talentoso vocalista Craig Owens, que fundou a sua nova banda, Destroy Rebuild Until God Shows, facilmente abreviado para D.R.U.G.S. porque há muita coisa no emo, mas não propriamente muita subtileza.

Também esse sol foi de pouca dura, ficando apenas com um álbum bem jeitoso, de malhas que se agarram bem ali ao ouvido e que ficaram até hoje. Um disco de culto para emos nostálgicos. Até porque Owens voltaria para os Chiodos. Bom, isto é mesmo de muitas voltas: já não há Chiodos para ninguém outra vez. Owens recrutou novos músicos – com nomes “pequeninos” no currículo como Bring Me the Horizon, All That Remains ou I Killed the Prom Queen – e parece que era para levar esta brincadeira dos D.R.U.G.S. para a frente. A parte estranha: onze anos depois, que já lá vai uma década desde aquele promissor álbum. Até parece que vem com uma missão reforçada, de provar que não chega tarde demais. Mas é um regresso que nos surpreende demasiado. Assim que nos recompomos, vamos à procura do que tinha ficado: refrães gigantes, a voz de Craig Owens naquele ponto inimitável, um controlo estratégico da parte “core” para que a intensidade funcione com pontualidade e faça deles uma banda de pop rock alternativa com uma edge afiada. E aqueles títulos nas músicas, porque os emos adoram ser uns castiços nisso.

E é incrível como não parecem haver onze anos entre um disco e outro, tal é a sua proximidade. Sim, Craig ainda canta que é ridículo e sabe escrever um refrão, depois de nos ter ainda a cantar uma “If You Think This Song About You, It Probably Is” ou “Laminated ET Animal” da estreia até hoje. Há aqui em “Destroy Rebuild” muito hino novo para acrescentar a esse repertório. Com tantas espreitadelas de peso hardcore, em “DESTINY” ou “(Are we not drawn onward to) NEW ERA” como de pop em “GOLD” ou “The Longest Road.” Continua a ser uma banda emo, a alimentar-se de depressão juvenil, mas, tal como a estreia, acaba por se apresentar com um tom tão upbeat que, actualmente, mesmo podendo caminhar onde quiser, também pode usufruir um pouco de uma boleia do revivalismo do pop punk. Todos os elogios em relação à música, à sua execução, à eficácia dos temas estão dados, mas há outro factor a apontar: “Destroy Rebuild” faz despertar uma nostalgia que nem sabíamos que tínhamos. Quem diria que ainda restava tanta inocência na entrada dos 2010s para que hoje este disco nos faça olhar para trás, para os tempos da estreia, e ver tempos já tão problemáticos mas, no entanto, esperançosos e determinados. Como “Destroy Rebuild” soa.

Músicas em destaque:

DESTINY, (Are we not drawn onward to) NEW ERA, What’s the Gode for Heaven’s Gate?

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Chiodos, The Used, Silverstein


sobre o autor

Christopher Monteiro

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