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Aqui não se olha com tanta atenção a alguns aspectos da música, mesmo que até sejam partes essenciais para os músicos. Não vamos requerer que se conheça bem toda a história das “Amory Wars” presente ao longo de todos os discos dos Coheed and Cambria. Sabemos que são conceptuais e todos interligados, mas não vamos pedir um conhecimento a fundo dos enredos. “Vaxis II: A Window of the Waking Mind” segue o primeiro “Vaxis” de 2018, naquele que dizem ser o segundo volume de uma saga de cinco partes. Para os fãs, promete mais uns discos, logo parecem boas notícias.
Por aqui, sem manual ao lado para auxiliar também, volta-se o foco para a parte musical, para aquela capacidade dos Coheed and Cambria de escrever canções acessíveis ali no meio de um mar experimental de complexidade. A juvenilidade upbeat do pop punk e de um pós-hardcore mais melódico, com a maturidade do rock progressivo. Um escancarar de algo em que os At the Drive-In já tivessem aberto uma nesga. Uns The Mars Volta divertidos, se forem dos que os consideram mais pretensiosos. Conhece-se já a fórmula de Coheed and Cambria, desde que “Welcome Home” se tornou hino do rock moderno. Então “Vaxis II” vem mesmo trocar as voltas. A sua ambição é demasiada para se medir aos palmos e os seus experimentalismos são de respeitar, mesmo que os resultados sejam mistos e, no final, talvez não seja o seu álbum mais focado e consistente.
Uma salada de variadas emoções e sensações como o conforto, naquelas faixas que facilmente identificamos como os Coheed and Cambria de sempre; o choque, que se sente principalmente no synthpop/techno dançável de “A Disappearing Act” que pode resultar para muitos mas espantar outros tantos, assim como o autotune estilístico que vai espreitando aqui e ali; a grandeza épica como na conclusiva faixa-título que realmente eleva isto para o patamar da rock opera que pretenderá ser. Não se pode dizer que as ideias diferentes estejam meramente coladas com cuspo e que o disco não esteja bem conseguido, até porque beneficia de múltiplas audições para melhor adaptar os seus pontos mais baixos. Mas, para a sua imensa ambição, em vez de um conjunto coeso de diferentes influências, fica a apontar em múltiplas direcções e as novas experiências não conseguem superar as rockalhadas como “The Liars Club” ou “Ladders of Supremacy.” Álbum competente, com muito para agradar e entusiasmar fãs antigos mais abertos, a tentar abrir novas portas, mas a revelar-se um pouco gorduroso.
The Liars Club, Ladders of Supremacy, A Window of the Waking Mind
The Mars Volta, Circa Survive, Dance Gavin Dance