//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Podemos colocar os Decapitated na vanguarda do metal extremo Polaco e fá-lo-emos também para evitar que o seu nome soante seja tão familiar por outras razões. Quer seja pelos azares – a sobrevivência, não total, a acidentes – ou pelas polémicas, – como uma grave acusação cuja inocência dos membros da banda já foi comprovada – achamos por bem destacá-los pela música. Mesmo que um título como “Cancer Culture” chame a atenção e puxe discussão, que podem ver em qualquer lado, também o destacamos pela sua resiliência. Decapitated podia ser um nome que já não ouvíssemos mais, mas Vogg, último membro original, não é de baixar os braços.
Nem a fasquia das obras que edita. O percurso dos Decapitated pode bem ser dividido, nem que seja por duas eras, e pré e a pós “Carnival Is Forever.” Ainda nem todos os queixos foram erguidos do chão desde a violenta musicalidade virtuosa da estreia “Winds of Creation,” de 2000. Mas desde então já souberam expandir o seu leque sonoro e muitos puristas do seu death metal técnico ainda torcem o nariz ao groove modernaço que têm vindo a injectar desde então. “Cancer Culture” segue a mesma vertente mas abre-se a ainda mais. Até mesmo ao passado, com novas passagens técnicas de nos deixar de olhos trocados, por entre um riff groovy bem grosso ou até um breakdown com aquela precisão que os putos do deathcore não parecem entender.
Muitos desses breakdowns e riffs, que se sentem por todo o disco, podem ser assimilados aos de uns igualmente técnicos Dying Fetus, ali na sua fase também mais groovy do “Reign Supreme” mas afasta-se daí ao conseguir deixar entrar mais melodia ainda. “Cancer Culture” torna-se um disco variado por ter vertentes diferentes entre os seus principais destaques. Pode ser tanto uma complexa “Just a Cigarette,” uma ruidosa e rapidíssima “Locked,” ou uma bem mais melódica “Hello Death” que até conta com a participação de Tatiana Shmailyuk dos Jinjer, para cimentar ainda mais isso mesmo. Olhando também por esse lado, e temendo uma maior “americanização” do seu som, há “Iconoclast” com Robb Flynn, cuja contribuição aproxima demasiado o tema dos seus Machine Head. Mas o álbum não é tanto o “mixed bag” que pode parecer à primeira. Há mais argumentos para os cépticos desistirem deles de vez, mas há ainda mais para quem os aceita como uma banda que evolui. E se “Carnival Is Forever” marcou o início de uma segunda era dos Decapitated, talvez “Cancer Culture” venha iniciar uma terceira… Em que já estão menos importados com isso, já passaram por tudo, e só lhes corre música extrema nas veias, quer mais à antiga, quer mais moderna. Pronto, atribuímos um conceito ao disco, para não terem que pensar demasiado no título!
Just a Cigarette, Hello Death, Last Supper
Dying Fetus, Vader, Nile