Alguém pediu um death metal bem feio e podre? Por aqui é costume e os Bloodbath são de confiar na entrega disso mesmo, desde que enxotaram, à bruta, o termo “supergrupo” quando surgiram como um simples mas eficaz tributo ao que o death metal da mais velha guarda soa e aos estragos que causa. “Survival of the Sickest” é mais uma descarga a manter as coisas simples.

Já passou o factor surpresa de um Nick Holmes de cólera renovada há muito tempo, sendo este já o terceiro álbum com o Sr. Paradise Lost a cargo da berraria. Também já lemos o manual do que vem no interior de um disco dos Bloodbath e até lhe conhecemos os escapes criativos pelo meio da descarga mais directa. E ainda hoje não sabemos como uma faixa tão brutal como a clássica “Eaten” – da passagem única de Pete Tägtgren ao leme deste projecto – é tão cantarolável e de ficar no ouvido. Com isso em conta e sem esperar surpresas, partimos para um “Survival of the Sickest” de ouvido treinado e preparado. De facto não há surpresas neste novo álbum do conjunto internacional. Pode mesmo ser o mais simples e cru de todos os seis que já se contam na estante, com o seu nome.

Assim mesmo como é, “Survival of the Sickest” é um álbum celebratório. Da podridão, do desagradável mas, acima de tudo, do bom riff e do abanar de cabeça. Conta com convidados de luxo como Barney Greenway, que descansa da raiva política dos Napalm Death, para vir exclamar sobre um “Putrefying Corpse;” Luc Lemay que até traz alguma da dissonância dos seus Gorguts em “Carved” e “Born Infernal” e o ex-Morgoth Marc Grewe na brutal “To Die.” Apesar dos amigos que vão aparecendo, pouca influência deixam. É um álbum bastante uniforme e indicado para quem gostar de um bom death metal à moda Sueca. Aqui no seu mais despido e directo, acabando por sofrer um pouco com sendo também o seu menos memorável. Ou o raio da “Eaten” deixou-nos assim tão mal habituados há quase vinte anos atrás? Mas tem a brutalidade no sítio para que esse factor não seja um obstáculo tão grande e “Survival of the Sickest” realmente se mantenha como um dos “sickest” entre os discos que nos fecham este Verão.