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Parece que é para ser uma banda a sério. Brincadeiras daquelas para nos testarem a paciência, essas da banda com prefixo ou sufixo para distinguir da outra banda original. Sejam os Fulano’s Tais, ou Aqueles Gajos AD, ou o Agrupamento Musical dos Não-Sei-Quantos, por vezes só serve mais para confundir. E isso para já não falar em múltiplos Batushkas e Queensrÿches que já por aí andaram em simultâneo, a não fazer uma banda de jeito juntas. Os Venom Inc. podiam ser mais uns e com certeza foi rótulo que lhes caiu encima de imediato. “There’s Only Black” é já um segundo álbum, a provar que ainda há algo a extrair daqui e até nem é só brincar às nostalgias.
Tão históricos como conturbados e com tantos discos clássicos e incontornáveis quanto completamente esquecidos e dispensáveis, os Venom, por si, já têm um percurso complicado. Tiveram ali na transição da década de 80 para 90 um período sem Cronos, com mais um alinhamento que se desmoronou, trouxe Cronos de volta e já nos deu tanta mediocridade como coisas boas. O trio maravilha que aguentou o barco nesse período, constituído por Mantas, Demolition Man e Abaddon, reuniu-se para estes Venom Inc. e podiam ser só uma banda de covers de auto-tributo. Mas a estreia “Avé” surpreendeu-nos e até nos deixou uma boa expectativa para o seu sucessor. Ainda por cima, para ser bem à moda dos Venom, Abaddon também já foi escorraçado e substituído, portanto está tudo a funcionar normalmente!
A nossa cara de mau apropriada a esta música alterna com um sorriso de satisfação por “There’s Only Black” superar “Avé” e até um velho “Temples of Ice” que não deixou assim tantas memórias. Pesadão e venenoso, como se quer isto, tem uma simplicidade consciente mas também um esforço em elevar a fasquia e intensificar a fórmula do seu antecessor. Como fazem bandas a sério, que não tomam os seus legados como garantidos. Thrash diabólico, como os riffs de “Come to Me,” “Tyrant,” ou “Nine” não deixam enganar – o desta última até lembra uma versão extrema da “Immigrant Song” -, melódico e de erguer punhos como na faixa-título e bem Slayer-ificado como em “Burn Liar Burn” ou numa “Don’t Feed Me Your Lies” que não nos deixa parar de abanar a cabeça. Não é um álbum extraordinário ou que se vá juntar aos clássicos dos Venom. Mas os próprios Venom também já não o faziam há anos e andavam bem mais longe. Com Cronos e os compinchas também a atinar com uns discos em condições ultimamente e aqui a marca Venom Inc. a comprovar-se, parece que finalmente ganhámos duas boas bandas com esta brincadeira!
There’s Only Black, Don’t Feed Me Your Lies, Burn Liar Burn
Venom, felizmente!