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Vão lá recordar as coisas boas que se fizeram pelo underground nacional no passado ano e notarão que muito bom black metal saiu de cá. Foi um bom e produtivo ano disso, parece que temos aqui um cantinho a ter em conta no que a isso diz respeito. E um novo ano começa no primeiro de Janeiro e o que é que tivemos logo nesse dia? Já o primeiro estouro de black metal nacional a ter em conta e a ser lembrado no final do ano que introduziu: este novo demónio odioso dos Sonneillon.
É um disco de celebração. Apenas o segundo longa-duração numa carreira mesmo assim profícua mas a celebrar o início de um muito promissor ano de música extrema por nossas terras e até do primeiro longa-duração após poderem largar o sobrenome “BM” ou mesmo “Black Metal.” E já agora, do chifrudo também, que ele anda sempre aqui presente. Mas por aí se fica qualquer alegria que um clima de celebração sugerisse, assim que entram os riffs – que não se limitam só a tremolos e esses convivem muito bem com uns mais velozes e lamacentos – e nos atiram bem ali para o meio do fim do mundo, de uma ascensão dos infernos à terra. É nos tais riffs, é na cólera da voz e é na atmosfera, cuja sujidade não a deixa ser tão protagonista, mas não deixa de ser importantíssima.
“The Demon of Hate” podia ser um álbum genérico mas não é. Não engana ninguém, é o que se espera e não tem qualquer segundo a inventar algo. E podia ser só algo de nos deixar satisfeitos, de barriga cheia, que voltávamos. Na verdade, os Sonneillon têm cuidados em não ser mais uns. Cuidados porque devem realmente ser feitos com a devida cautela que aqui soa fácil. O primeiro exemplo é o de música perceptível que não é crua só porque sim, porque é trve. O outro é o de quererem que nos lembremos do caos que atravessámos aqui. Pormenores, melodias e especialmente riffs memoráveis. Como exemplo, atente-se à qualidade do miolo do álbum: o solo heavy metal de “Terror in the Village,” o riff de “The Innards and Shadows” para o qual vão ter que segurar a cabeça se não for para ela desenfrear logo, e o local escuro e destroçado onde fomos parar após o épico “Spells in the Bones of Traitors.” E vão-se sempre redescobrindo camadas em “The Demon of Hate.” E nos próprios Sonneillon, e no seu nuclear Bellerophon. Mesmo sem deixarem de ser uma simples grande banda de black metal, assim como ele é.
Apocalypse of the Century, The Innards and Shadows, Spells in the Bones of Traitors
Watain, Decayed, Beherit