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No meio de tanta coisa extrema da boa que se encontra na Polónia, não se deve esquecer outras vertentes. Uma grande proposta do prog deste milénio também vem de lá. Os Riverside, já com grandes discos para irem além de rótulos de “Marillion pesados,” ou “Pain of Salvation de aventuras mais contidas” ou “Dream Theater menos pretensiosos.” Se calhar até é tudo alcunhas inventadas pelo escriba, mas até servem para dar alguma noção.
Mas boa noção do que os Riverside são capazes é mesmo este “ID.Entity,” oitavo álbum que será o melhor do talentoso quarteto em algum bom tempo. O nome até parece indicado, como se a intenção fosse mesmo servir de cartão de visita. Na verdade tem a ver com os temas das letras, avanços tecnológicos, politiquices e essa brincadeira toda. O “disclaimer” na introdução de “Big Tech Brother” é de fazer revirar os olhos, sim. Mas vale-nos o resto. Musicalmente, do melhor que os Riverside poderiam oferecer em termos técnicos, melódicos, atmosféricos, envolventes e até pesados. É tão variado quanto uniforme, daí que também se destaque “ID.Entity” como um dos seus mais coesos desde “Anno Domini High Definition.”
Não tem aquele aconchego à Porcupine Tree – isso foi mais o “Love, Fear and the Time Machine” – mas é de risco controlado. Procuram sempre o prog rock setentista como base, sabendo como rematar com um riff pesadão como aquele que nos aparece em “Post-Truth.” E como sabem que esse prog de raíz não é só feito de complexidade e tinha das mais belas e entranháveis melodias, têm uma rica cantiga de nos ficar presa ao ouvido em “Friend or Foe?” que vem regada de sintetizadores à 80s. Ainda enriquece mais a experiência. Esses mesmos sintetizadores são personagem importante nesta trama, onde também não dá para ignorar o protagonismo do baixo, por vezes mais responsável pela pujança e peso do que a guitarra. E se precisam de um épico porque nem digerem um disco de prog sem isso, então peguem lá “The Place Where I Belong.” E desfrute-se de “ID.Entity,” álbum que só tem aquela dose certa de pretensiosismo para resultar, a que nos faz gostar deles e dos seus congéneres. Há mais do que isso para o fazer valer, felizmente.
Friend or Foe?, Post-Truth, The Place Where I Belong
Pain of Salvation, Marillion, Porcupine Tree