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Aberta a época de se discutir onde estava a expectativa para um trabalho novo dos Metallica. Nome cuja dimensão e reconhecimento são a fonte da sua detracção. Tornados sinónimos de todo o género musical para quem vier do exterior. É, são aqueles que já nem vão enumerar porque uma tia vossa conhece e até vai dizer que gosta, nem que seja só daquela música. Sucesso em demasia, escolhas artísticas questionáveis, até chegou a ser moda acusar os Metallica de tudo. Hoje em dia já nem deve haver redenção possível para muitos. Onde se deveria situar “72 Seasons”?
Se ainda estamos a questionar se um grupo de cinquentões milionários pós-reabilitação conseguirão, numa época em que já tudo foi feito, tocar com a mesma pica e inovação de quando eram putos nervosos, regados de álcool, numa altura em que estariam entre o mais pesado que existia, o problema está aí. Se estamos a situar os Metallica no presente e à procura de justificações para que encham estádios com algo mais que os mesmos hinos de sempre, já estamos mais próximos. Se encolhermos os ombros e partirmos à procura de malhas, não haverá postura melhor. Até descobrimos o incrível: os Metallica a surpreender-nos. Daí surgem uns Metallica enérgicos e rejuvenescidos, de sentido apurado para o hino, de nos dar abundância sem chouriços – o verdadeiro defeito principal da infame dupla “Load” e “Reload.” Tomando tudo de jarrada, o anterior “Hardwired… to Self-Destruct” fechou com “Spit Out the Bone” e “72 Seasons” abre com a sua faixa-título. Talvez as suas duas obras mais thrasheiras de tempos recentes. É um seguidor lógico. Mais sólido ainda. Que acelera quando deve, que proporciona aquele tal peso de estádio com riffs fortes mas mais a meio-tempo – sim, o que andam a fazer desde o “Death Magnetic” – que se prolonga evitando o épico, com a sua escrita de canções de assinatura, bem como faziam no “Master of Puppets” – é só ai que há semelhanças, claro – e que até ousa apresentar-nos um assalto de baixo em “Sleepwalk My Life Away” como quem pede desculpa pela ausência do mesmo no “…And Justice for All.”
Se são mais fáceis de agradar e só querem um pouquinho de thrash de volta à alimentação, ou simplesmente uma tarola com um som em condições, “72 Seasons” entrará para os vossos álbuns do ano. Se há mesmo uma curiosidade em saber se os Metallica, com este som modernizado, letras introspectivas quase juvenis até, mas uma ambição de quem também sente que tem algumas obras a compensar, ainda são relevantes… Sim, este é o álbum mais interessante que terão destas lendas em muito tempo. Se realmente já desligaram deles desde que acabou a década de 80, tudo bem, mas há argumentos para lhes dar uma oportunidade. Aqui por este burgo até se é defensor dos seus percalços e apreciam-se os trabalhos mais recentes. E até dizemos que este é o melhor trabalho da trifecta pós-St.Anger.
72 Seasons, If Darkness Had a Son, Inamorata
Megadeth, Testament, Machine Head