Holy Moses

Invisible Queen
2023 | Fireflash Records | Thrash metal

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Têm sido umas óptimas semanas para o thrash. Mais concretamente para os pioneiros do thrash. Uns tais Metallica já demonstraram boa forma e, no mesmo dia, os Overkill partiram o que restasse à volta deles. Mais alguma coisa nesse dia? Sim, e também entre pioneiros, como é o caso dos Holy Moses, com um novo álbum adequadamente intitulado “Invisible Queen.” Porque, apesar de tudo, sempre tiveram uma carreira discreta.

Pioneiros do thrash Alemão, antecedendo os tais “Big 4” obrigatórios em todas as cenas. E foram mais longe na ousadia, ao ter Sabina Classen na voz nuns tempos em que isto de ter mulheres na frente a dar voz a bandas de metal extremo ainda não era propriamente algo comum. Se lá na Alemanha, já a Doro Pesch era um peixe fora de água, o que dizer de uma berradora. Que tomava bem conta do assunto. “Don’t Mess Around with the Bitch,” já diziam numa das malhas clássicas. E impôs logo respeito, impondo também os Holy Moses como um peso pesado do underground. Que nunca conseguiu subir propriamente dessa linha, tendo já mais de quatro décadas de carreira como sendo subvalorizados. E agora, quase dez anos depois do último disco, vem um reflectivo “Invisible Queen.” A despedida. Último, pelo que dizem. É para sair em grande? Com certeza, e para deixar tudo do avesso.

Invisible Queen” é um álbum de thrash metal com tudo no sítio, deixando entrar alguma surpresa na parte técnica dos riffs, dos solos e até do tão denso baixo, que realmente dá outra variedade aos temas, que podiam ser só riffs rápidos de início ao fim e já seria capaz de nos deixar satisfeitos. Dá para esquecer que a Sra. Sabina também já tem quase os 60 anos, tal é a dificuldade em encontrá-los nesta energia e performance vocal toda. E olham para a sua raíz porque tudo aqui soa a 80s. Poupa-se muita da crueza que caracterizavam clássicos como “Queen of Siam” ou “Finished with the Dogs” mas ninguém aqui está importado em polir isto ou aproximá-lo de actos contemporâneos. Berraria sem freio em “Cult of the Machine,” guitarras a brincar em “Order Out of Chaos” e lições de death metal em “Invisible Queen.” E só estamos no início. É porque a dose, inacessível e até pouco original que seja, vai ser boa. Para quem quiser alargar a experiência, há um disco bónus que recria as canções do álbum com vocalistas convidados. Alguns nomes como Bobby “Blitz” Ellsworth, Tom Angelripper ou Diva Satanica talvez vos dirão alguma coisa. Tudo malta que deve imenso a Sabina e aos seus Holy Moses, fica um bom tributo a verificar. Também lhes deixamos um agradecimento. No final, porque enquanto o disco está a tocar, a cabeça não pára de abanar.

Músicas em destaque:

Cult of the Machine, Order Out of Chaos, Invisible Queen

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Sodom, Crisis, Overkill


sobre o autor

Christopher Monteiro

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