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“The Old Ways Remain,” é mesmo. Muito se avança no tempo e o antigo é cada vez mais moderno. Mas também saturou, que bem nos lembramos daquela invasão de rock revivalista de miúdos a fazer de conta que tinham nascido na geração errada, a fazerem cópias medianas uns dos outros. Obrigou-nos à distinção de qualidades. Com os Blood Ceremony, de flauta em mão, muito confortáveis no topo.
O “occult rock” dos Canadianos mantém-se intocável nesta que foi a sua maior fenda entre álbuns, com sete anos a separar “The Old Ways Remain” de “Lord of Misrule.” Se eles já eram dos que faziam melhor com esta fórmula, então não há necessidade de mexer nela. Enquanto isto está a tocar, ainda estamos na transição da década de 60 para 70, somos embalados para o meio de uma congregação de alegres bruxas pela voz de Alia O’Brien e a flauta dá-nos força para mandar pessoas à fava, porque os Jethro Tull são a cena mais cool de sempre. O produto final nem é para menos, é mesmo um dos melhores discos dos Blood Ceremony. Não foi a fenda maior que nos fez esquecê-los – afinal parece que é desde ontem que andamos com a “Goodbye Gemini” presa na cabeça e essa já tem dez anos! – mas parece que nos voltaram a impressionar com a sua capacidade de escrever canções.
Se há alguma adição, é subtil e é em mais instrumentação clássica e folk, sem qualquer modernização do som. O folclore, por exemplo, daquele solo de flauta que abre “Eugenie” confirma que o reino encantado sombrio onde habitam os Blood Ceremony é o mesmo. Mas além de tudo isso, do tributo ao antigo, da roupagem de “folk Black Sabbath,” da tão óbvia referência aos Jethro Tull, o que distinguiu sempre o quarteto Canadiano foi a escrita de canções. Não é só deitar para aqui riffs retro, – que estão cá e são lindíssimos – é um bom refrão, é algo que cole. Muitas das suas canções mais orelhudas estão aqui e não se encontra um ponto baixo, sendo tudo digno de ficar a ecoar no ouvido bem depois da primeira audição. Pode falar-se da atmosfera, do fuzz dos riffs, da surpresa de um solo de saxofone, dos teclados a trazer-nos todas as cores do rock psicadélico dos finais dos 60s, da facilidade com que espetam com um refrão à Fleetwood Mac, ou à Beatles, no meio de um doom metal de raíz, e do raio da flauta que até nos dá vontade de ir recuperá-la juntamente com aquelas pautas todas que nos impingiam na paupérrima Educação Musical do ensino básico. Acaba por ser fútil, porque o grosso dos Blood Ceremony está verdadeiramente na magia, aquela parte menos técnica, a que se sente apenas. Dos melhores discos de uma das melhores bandas desta brincadeira, para fazer o resumo mais fácil.
Ipissimus, Lolly Willows, Widdershins
Coven, Jethro Tull, Blues Pills