Já sabemos para o que vamos. Ou melhor, vamos lá ter de propósito por sabermos o que queremos. Um black metal à Norueguesa, pulverizador de ossos. Os Tsjuder, opção fiável da primeira divisão dessa onda mas que não costuma ser sempre enumerada entre aqueles grandes Campeões do género. Será por distracção, que “Helvegr” é mais uma prova de que não lhes falta nada.

Houvesse tanta maldade em toda a duração de alguns discos menos imaginativos que deixaram este subgénero estagnar-se como num só riff que os Tsjuder apresentam neste novo trabalho. É aí que está o segredo. Não têm que estar aqui a inovar, a inventar, a reinventar ou coisa que o valha. É uma coisa gira de se fazer mas há bandas que não precisam disso. E os Tsjuder não serão propriamente tipos que pendam para “coisas giras de se fazer.” A atitude traduz-se na forma desenfreada como começam. A sangue frio. “Iron Beast” irrompe para fora das nossas colunas e derrete-nos as caras sem nos pedir coisa alguma. E é assim até ao fim. “Helvegr” é um álbum que não pede satisfações. Tal como a banda. Nós que arrumemos o que ficou destruído no final.

Dá as boas-vindas a Jon Rice à bateria. Ou melhor, ele é que nos dá as boas-vindas com um impecável trabalho da requerida velocidade estonteante, acabando por tornar a bateria um dos destaques do álbum. Um destaque por entre outros como os cortantes riffs, uma atmosfera negra mais densa de “Gods of Black Blood” – com participação de Seidemann, dos 1349, boa referência de comparação – ou o ambiente negro da faixa-título que começa com algo muito Mayhem e encontra outro rumo no decorrer da sua longa duração – então e aquele solo de guitarra?. Claro que é um disco muito uniforme – com quantas cores querem pintar um álbum de black metal? – e destacam-se faixas por entre outras semelhantes entre si. Mas, no todo, é um petardo certeiro. Que é o que os Tsjuder costumam ser, por mais ou menos lembrado que isso seja.