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Não demos por eles mas passaram-se oito anos entre esta novidade dos Blur e o seu antecessor, “The Magic Whip,” que foi o grande regresso após doze anos, uma fenda apenas um pouco maior. Isto para o caso de os estarmos a dar como garantidos. Fica a questão sobre qual será o maior foco do universo Damon Albarn do presente. A electrónica da abertura “The Ballad” e a entrada da voz de Albarn até nos lembra, primeiramente, Gorillaz. Será esse agora o seu principal projecto? Se é, serve de motivação para que “The Ballad of Darren” venha com a missão de provar que os seus já velhinhos Blur não são uma banda do passado.
Por novos que pareçam esses elementos já aqui citados, os Blur nunca estiveram sequer perto de terem uma sonoridade uniforme. Já abraçaram o art rock mais experimental há muito tempo e, mesmo quando devoravam tabelas de vendas nos tempos da invasão da britpop, tinham a enérgica “Song 2” no mesmo disco que a melancolia da “Beetlebum,” a alegria de “Country House” no mesmo da cinemática “The Universal” e isto vindo de uma banda que surgiu como mais uma da cena baggy psicadélica britânica do início da década de 90. E enumeraram-se apenas singles, que é o que está mais à mão de todos. Pode esperar-se de tudo dos Blur. Incluindo um abrandar. Como quem aceita a meia-idade com calma, sem querer provar algo à força. É a serenidade que se sente em “The Ballad of Darren,” disco intimista, por vezes tão lounge que até chamará a atenção dos agora madurões dos Arctic Monkeys, que lamentarão não ter feito a “Avalon.”
O experimentalismo, apesar de tudo, não fica reduzido. Soa natural. Há realmente algo que remonte a Gorillaz na electrónica de “The Ballad” e “Barbaric,” e deixam que “St. Charles Square” se destaque, como a faixa verdadeiramente enérgica do conjunto. A faceta baladeira de “The Everglades (For Leonard)” não surpreenderá quem já se tenha emocionado com “Tender” e a maior ode ao indie rock que eles próprios influenciaram faz-se em “The Narcissist.” Quer pela preferência pelo mais calmo, barroco e lounge, ou pelas melodias mais subtis em vez da procura pelo hino mais arrebatador, “The Ballad of Darren” é álbum que requer mais alguma insistência para que cole verdadeiramente. Mas nunca é frustrante por isso. Pelo contrário, torna-se reconfortante. Se já se achou isso do anterior, este novo vem-nos dizer que é verdade, ele não era tão bom como os clássicos, e este também não. Mas está tudo bem com isso.
St. Charles Square, Barbaric, The Narcissist
Gorillaz, Damon Albarn a solo, os Oasis ainda?