Kataklysm

Goliath
2023 | Nuclear Blast | Death metal melódico

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Um pouquinho pesados demais para fazerem parte da turma dos meninos do melodeath, mas também muito melódicos e com muitas modernices para fazerem parte do death metal puro. Conseguiram estabelecer-se na mesma, sem se permitirem ser renegados, e sem constar entre os principais campeões do género, aí estão eles, bem mais do que estabelecidos e sem algo por provar. De fórmula feita, após várias passagens sonoras, há um tempo que são uma água parada. “Goliath” já vem agitá-la um pouquinho. Mesmo que não seja propriamente um pedregulho.

Goste-se ou não, os Kataklysm estão a olhar para a frente. A podridão dos velhos dias iniciais pode considerar-se já inalcançável. E depois de aceitarem a influência Sueca e não fecharem a porta a todas as novas mutações que o género vai sofrendo nas suas vertentes mais juvenis, por esta altura os Kataklysm já deviam estar confortáveis com a mediania. É o que muitos dos seus discos recentes sugerem. Com “Goliath” parece ter sido a vez em que foram mais honestos em anos. Quase como quem diz que o álbum se apresenta sozinho, é uma cena à Kataklysm, pronto, já sabemos para o que vamos. Permite-nos baixar a guarda para deixarmos sair um pequeno esgar de agradável surpresa ou ver que até lhe trocam ali uma voltinha ou outra. Não muito, porém.

Conformam-se com a sonoridade moderna mas mexem-se na mesma. Se são uma banda de melodeath cheia de groove, então que venha daí mais groove ainda. Aproveitar as guitarras graves e texturas espessas que passam, para ter aqui alguns dos seus riffs mais catchy. E se são uma banda melódica, então que venha mais melodia ainda. E não são só os riffs, aqui pode estar o seu repertório de refrães orelhudos mais cheio em anos. “Goliath” é um “mais do mesmo” com um asterisco que alerta que esse “mesmo” até tem o seu interesse. Jogam como uma equipa do meio da tabela com lembretes de que também vale a pena ver esses de vez em quando. Defendem o seu legado e aceitam que isto até é bastante simples e, mais de trinta anos depois, mexer muito arrisca-se a estragar. E focando nos pontos fortes sai um álbum que não deslumbra mas até é o seu mais interessante em algum tempo. Ainda sabem o que andam a fazer, ao menos.

Músicas em destaque:

Dark Wings of Deception, Combustion, Gravestones & Coffins

És capaz de gostar também de:

Arch Enemy, Vader, Legion of the Damned


sobre o autor

Christopher Monteiro

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