Cryptopsy

As Gomorrah Burns
2023 | Nuclear Blast | Death metal técnico

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Já perdoámos os Cryptopsy, não já? Tantos que têm os seus deslizes discográficos e que podem bem ser apenas isso. Experiências. A malta depois esquece e agarra-se ao bom. Os Cryptopsy já lançaram o seu auto-intitulado pedido de desculpas e já foi em 2012. Onze anos de interregno, com um par de EPs pelo meio. Tempo mais que suficiente para esquecer coisas, não sejamos tão tinhosos. Se até já perdoámos também os Morbid Angel e tudo.

Assim “As Gomorrah Burns” não tem qualquer pressão e não beneficiaria dela. Bem sabemos o quão inconsistente é a discografia destes Canadianos e não se evita a questão do quão Cryptopsy são estes Cryptopsy, – o baterista Flo Mourien é o mais próximo de um membro original neste alinhamento – quando por esta altura já são estes os default Cryptopsy. Por muitas saudades que Lord Worm deixe, Matt McGachy já está em casa e é bem mais do que competente nos grunhidos, mesmo que os seus berros sejam factor que realmente traga flashbacks traumáticos aos dias de más experiências a deambular para outros estilos mais juvenis. E que muitos ainda suspirem a olhar para o “Blasphemy Made Flesh” e o “None So Vile” ali na prateleira, escusam de fazer de conta que acreditam que ainda dá para voltar à podridão desses dias. “As Gomorrah Burns” é uma resposta curta e directa à pergunta: ainda se justificam os Cryptopsy em 2023?

E claro que sim. É um disco seguro no meio da tal discografia inconsistente. Mas é o que mais os ajuda na solidez. Por bem mais modernizado que esteja o seu death metal brutal e técnico, continua a ser o seu diapasão e mantém-se uma força arrebatadora. Tinham oportunidade para exagerar na técnica dos riffs, também tinham para deixar isto mais melódico como quem procura algo à The Black Dahlia Murder, mas sabem como conter tudo isso para um bom balanço. Shreddanço para aqui de trocar olhos? Com certeza, mas também muito riff memorável. E precisão quando apresentam algo mais lento como “Obeisant” e a tornam uma das melhores faixas. Para muitos fãs antigos pode ser aquele disco a meio da tabela, que leva a tal nota satisfatória para passar. Para quem chegar agora, tem tudo para ser o estardalhaço ideal para uma boa meia hora de brutalidade. No geral, é um boa proposta que talvez não fique como muito memorável. E que não é um sucessor do tal infame “The Unspoken King,” valha-nos isso!

Músicas em destaque:

Lascivious Undivine, The Righteous Lost, Obeisant

És capaz de gostar também de:

Decapitated, Suffocation, Gorguts


sobre o autor

Christopher Monteiro

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