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Abrir um disco com uma malha épica que nos pergunta, repetidamente, “Is this how it ends?,” ocasionalmente respondendo com “Until only one song remains” enquanto Nemtheanga, líder desta entidade que são os Primordial, vai deixando por aí uns “quiçás” em relação a este ser o último trabalho da banda já seria o suficiente para reforçar a atenção e curiosidade para com um álbum como este novo “How It Ends.”
Mas calha também que os Primordial não são uma banda como as outras. Em termos sonoros, é o óbvio. Até já tornam obsoleta aquela nossa missão auto-imposta de descrever como soa o seu novo disco. Ora bem, tudo é assente numa base Celta, tanto a nível de conceito e musical que lhes permite uma abertura ao folk, e tocam um black metal único, bastante aclarado pelo mais épico do doom metal e com um desavergonhado gosto pela NWOBHM ali da ilhota ao lado. Ou seja, poupava-se esse palavreado todo dizendo “soa a Primordial.” É, não há assim muita novidade em “How It Ends” em relação ao que já está estabelecido na banda, especialmente pós-Gathering Wilderness. A voz de Nemtheanga continua alvo de curiosidade, nota-se mais envelhecida, mas só contribui para que soe mais raivoso na sua pregagem.
Temos a melodia da faixa-título de abertura, um escurecimento em “Ploughs to Rust, Swords to Dust” e um excelente riff folk em “We Shall Not Serve” – servido de uma deliciosa interlude igualmente folk em “Tradisiúnta,” numa altura em que encontramos cada vez mais interlúdios questionáveis nos nossos discos. E já é um início de luxo que nos permite baixar a guarda na hora da procura dos defeitos. Porque existe uma primeira metade superior à segunda, existe ainda muita canção longa de esticanço debatível, e sempre ali algum tema ou outro que realmente soe a outro que já conheçamos de antes. Mas não tiram todo o brilho a “How It Ends” que, não sendo propriamente um “To the Nameless Dead,” ainda é bem capaz de ser superior ao “Exile Amongst the Ruins,” por si já de imensa qualidade, com mais algumas audições. Se for o tal canto do cisne, se for assim “how it ends,” – na verdade, ninguém acredita – é em boa nota.
How It Ends, We Shall Not Serve, Call to Cernunnos
Moonsorrow, Borknagar, Solefald