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Conhecem? É preciso apresentar esta malta ou saltamos logo para a celebração de uma novidade dos maiores dinossauros, os avós de todo o rock de múltiplas cores que passa por esta e outros montes de páginas? Primeiro álbum em sete anos e primeiro de material original em dezoito anos. Octogenários a brincar ao rock, era tão fácil isto virar uma auto-paródia que fizesse recorrer aos clássicos para conforto. E afinal está aí o melhor álbum dos Stones em décadas.
Sem a concorrência mais forte nos antecessores, com muitos dos álbuns pós-estatuto lendário desde a década de 80 a padecer do “síndrome do single,” com risco de tornar-se crónico, tudo podia indicar que “Hackney Diamonds” seria mais um igual, e a tentativa de uma banda clássica de soar a si próprios, ao mesmo tempo que tentam soar actuais, seria um desastre. E afinal é exactamente a junção desses dois pontos que cobrem tão bem. É a receita do costume, o hard rock, os blues, a soul, a ginga pop para dar à anca quando é preciso, o romance baladeiro, um pouco de country – “Dreamy Skies” não tem o tongue-in-cheek de “Far Away Eyes” mas tem a alma de outros hinos – e é um disco dos Stones completo, com foco, com noção, com boas canções de princípio ao fim, que parecia ser o maior desafio dos últimos tempos. Uma compilação de êxitos que ainda não tinham lançado. O mais sintonizados que vimos e ouvimos Jagger e Richards em décadas, começam a encarar a realidade da mortalidade – o Richards, não sabemos bem – desde a partida de Charlie Watts e parecem encarar a realidade de que este pode mesmo ser o último. E mais vale sair de cena em grande.
Até os convidados são a celebração de uma carreira. A rockalhada mais forte deste disco está em “Bite My Head Off,” que conta “apenas” com Paul McCartney no baixo; a boa disposição e glamour de “Get Close” e “Live by the Sword” são acompanhados por um piano pertencente “apenas” a Elton John; a belíssima catarse soul de “Sweet Sounds of Heaven” entra pelo nosso século dentro com classe, bom gosto e “apenas” com a companhia de Lady Gaga e “apenas” Stevie Wonder no piano. Mas qual a surpresa e que dimensão têm esses nomes todos quando se tratam “apenas” dos Rolling Stones. Que seria descrição suficiente para fazer valer “Hackney Diamonds,” fosse ou não dos mais fracos. Mas não se conformaram, vieram para escrever grandes canções e, olhando ao repertório completo, torna-se difícil encontrar tão boa selecção de malhas desde o “Tattoo You.” E vão lá contar quantos anos já tem esse. Obriga-nos mesmo a seguir o cliché de dizer que isto tudo… É apenas rock ‘n’ roll… Mas nós gostamos, não é?
Depending on You, Bite My Head Off, Sweet Sounds of Heaven
Uma t-shirt com a célebre língua de fora