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Seja pela origem, pela assiduidade discográfica a tirar partido do digital, ou só pela atitude no geral, Poppy podia ser uma representação da modernidade na música. Somos todos uns velhos chatos e já estamos a torcer o nariz perante a ideia, mas ao menos é a vertente interessante da coisa, ninguém lhe pode tirar crédito à criatividade. E claramente faz o que lhe apetece. Se foi à música pesada conquistar fãs, – manobra arriscada – agora com “Zig” decidiu voltar à pop electrónica.
É uma reinvenção e não um passo atrás. E é um disco extremamente visceral e não tão docinho como poderia aparentar inicialmente. Já ela não o sabe fazer de outra forma. As batidas de “Church Outfit” e “Knockoff” até se podem confundir mas é o único falso alarme de uniformidade neste curto disco. Descobre e inventa várias maneiras de revestir pop no seu estado mais dark. Seja numa ambiência de “What It Becomes” que até pode deixar algo a desejar, ou a sua total industrialização em “Hard” como não ouvíamos desde os desaparecidos Jakalope. Qualquer estranheza causada pela folia da faixa-título – curiosamente onde entra a amostra de um riff pesado – pode ser compensada pela melancolia de “Linger” e até existem coisas mais convencionais como “Flicker” ou uma “Motorbike” a soar a algo que podia ser da Dua Lipa.
Um regresso à pop que foi tudo menos seguro e continua a dar asas à criatividade de Poppy, que podia ser só uma menina estranha com uns vídeos bizarros e que também fazia música porque afinal isso parece ser bastante fácil. Quem a (re)descobriu em “I Disagree” pode não encontrar suficiente para sair daqui agradado, mas tem que reconhecer que a identidade está lá. Essa parte difícil, Poppy desbloqueou-a muito rapidamente. “Zig” brinca com o quão inacessível torna a acessibilidade e confirma-nos que é uma jovem que realmente faz o que lhe apetece. O próximo se calhar até é todo pesadote outra vez, pronto. Não sabemos!
Knockoff, Hard, The Attic
Melanie Martinez, Charlie XCX, TATu