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Não temos razões de queixa. Pronto, temos muitas, o que não falta é disso, mas no contexto da música pesada nacional, há a lamentação da desvalorização, falta de apoios, a cantiga do costume… De resto, não nos podemos queixar de falta. Em quantidade e em qualidade. E regularmente lá surge um nome novo, um burburinho que se intensifica, um hype que vemos a crescer, sem termos todos dado pelo nascimento. E que se justifica. Como os Allgema, cujo longa-duração de estreia, “Find the Way Out,” começava a causar antecipação.
Não vem explorar território novo. Mais depressa vem colocar uma ideia nova, mas simples, sobre uma mesa onde não se andava a passar algo de entusiasmante há um tempo. O groove metal modernaço e cheio de músculo já foi uma catadupa imparável em solo nacional e, por entre os mais esquecíveis do excesso, também se retiraram grandes nomes já fixos no nosso underground. Os Allgema mexem-se por territórios desse estilo, a apelar a fãs de Revolution Within, Switchtense, Terror Empire, entre outros, sem estar a copiar algum desses e sem ter aqui qualquer piloto automático que seja. Malhas directas mas com muita influência detectável, sem ter que brincar aos experimentalismos ou às fusões. No máximo, convivem múltiplas gerações da música pesada.
É a forma inteligente dos Allgema serem versáteis sem serem “all-over-the-place.” Porque são malhas coesas do supracitado género. Mas há ali um riff mais a pender para o tradicional em “Medicine Man,” cuja vocalização é mais nu metal, esse que volta em “Spit Fire,” cujo breakdown até é um riff bastante Rammstein, sem o industrial. O fã de Lamb of God sai daqui a cantar a “Bad Moon Rising” com a raiva toda, e todos os durões a moshar a isto também sairão com as emoções à flor da pele com a bela “Home,” – recorrer à voz e letras de Sandra Oliveira, dos Blame Zeus, é que tem que ser batota, de alguma forma! – e meio confusos e a tentar perceber como é que o riff da “Octupus” era o mais pesado do álbum, se não havia ali qualquer malha a dever em peso. “Electric” já é um thrash com uma barba mais grisalha e “Find the Way Out” é um jogo de fazer a tua própria “Down with the Sickness.” Ali no final, que é para a malta que já estava agradada, sair de punho erguido. O que impressiona mais é pensar no espaço que ainda existe para esta malta crescer, quando a estreia é desta maturidade. Todos os burburinhos novos serão bem-vindos mas, para já, o curioso nome Allgema, e os brilhantes desempenhos dos Edgares & Ca, vão continuar a aparecer muito por aí.
Bad Moon Rising, Octopus, Home
Switchtense, Lamb of God, Black Label Society