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E umas quantas rock operas políticas depois, e quando os Green Day já se tornaram como uma espécie de voz da frustração política juvenil dos dias pós-11 de Setembro e da era Bush, eis que aquele país e o mundo mergulha num novo tumulto político. Quando se esperava a sua mais forte descarga de cólera, trocaram as voltas e lançaram o seu álbum mais acessível e dançável. Fortemente abominado pelos fãs e pela imprensa, com ocasional defesa – este espaço, pelo menos, que se calhar foi o único mas não estamos aqui a contabilizar – e parece que já estão novamente focados e vêm para ser os “Saviors” de alguma coisa.
Ainda por cima, este é ano de comemorações redondas de clássicos. Trinta anos do estabelecimento de “Dookie” e vinte do renascimento de “American Idiot.” Parece que os Green Day estavam com mais pressão que a que se esperaria para um disco novo que talvez não tivesse as expectativas lá para cima. É a fazer de conta que não a têm que “Savior” singra. O concentrado Green Day com alguns cuidados para que nada se exceda. Já não são uns putos a cantar canções sobre masturbação, mas também não têm que ficar uns velhos rezingões. Ou seja, não se podem render totalmente à patetice mas também já se compreende que se torcessem mais uns narizes se viessem encher-nos isto de política em excesso. “Saviors” fala do que tem a falar, tem os seus assuntos sérios, mas também diverte. O pacote é simplesmente a compilação de hinos power pop bem melódicos e de refrão forte, que já aprimoraram e tornaram a sua assinatura desde o “Warning.”
A inocência dos 90s já não está ao alcance, mas conseguem o suficiente para não ser um disco frustrantemente político ou uma tentativa de nova rock opera que se esparrame imediatamente. Até pode partir do mesmo ponto que “21st Century Breakdown” e ser o melhor disco desde esse mesmo. Um pedido de desculpas aos fãs pelo “Father of All…” e, desde que a Pink não ache que já cantarolou o riff da “One Eyed Bastard” e o Nelly (!) não ache a melodia de “Suzie Chapstick” muito parecida com a da sua “Dilemma” (!!) e ninguém se chateia e “Saviors” pode ser o álbum mais fresco que podiam possivelmente lançar agora. Mesmo com as suas imperfeições. “Strange Days Are Here to Stay” dizem eles, com razão, e não querem que a gente deixe de pensar ou de se impor, mas também querem que nos divirtamos. Portanto vão lá dançar a “Corvette Summer,” abanar o capacete à mais apunkalhada “Living in the 20s,” comover-se com a “Father to a Son” e curtir as outras malhas agora que o pop punk é giro outra vez, vão.
Look Ma, No Brains!, Goodnight Adeline, Living in the 20s
The Offspring, Weezer, Sum 41