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Lá vem a velha questão e tem que se sujar as mãos a mexer em assuntos sensíveis. Quando músicos se tornam realmente problemáticos e se instala o desconforto de cada um em continuar a ouvir determinada banda sabendo as coisas em que um ou vários dos seus membros esteja envolvido. Nem são as politiquices “do costume” que existem na cena, e é uma situação com gravidade. “Veneration of Medieval Mysticism and Cosmological Violence” é um disco que encontrará, sem dúvida, a sua relutância em ser escutado por muitos.
Nem que seja para continuar a missão começada em “Black Mass for a Mass Grave” de encontrar algo convincente de que os Inquisition sejam realmente insubstituíveis para poderem ser apreciados, e se dá para excluir Dagon e os seus demónios do julgamento. Aí vale os Inquisition nunca terem sido genéricos. Vão além do básico “tremolo + blastbeats” e até têm mais força nos riffs, possivelmente por terem começado como uma banda de thrash. Tem muito que lembre uns Satyricon com menos groove e a voz é aquele já mítico tom monótono à Abbath, mas mais inconfundível, ainda mais aparentemente desleixado e desinteressado. Está tudo em “Veneration of Medieval Mysticism and Cosmological Violence,” um disco de concentração no costume, olhar para a frente e não se focar em defesas bacocas e achegas pouco subtis. Aí é que seria mesmo de se desligar logo.
O habitual está todo em “Veneration of Medieval Mysticism and Cosmological Violence,” assim como essa brincadeira toda dos títulos longos que, a este ponto, mesmo que não o pretendam, já é gimmick. Há tanto de violento como de melódico, – e alguns momentos únicos como “Primordial Philosophy and Pure Spirit” ou aquele bizarro registo limpo em “Secrets from the Wizard Forest of Forbidden Knowledge” – uns devaneios atmosféricos retirados de algum capítulo do manual Burzum, como em “Infinity Is the Aeon of Satan” e um estupendo trabalho de sintetizadores, que acaba por ser o surpreendente destaque aqui neste álbum, brilhando especialmente em “Memories Within an Empty Castle in Ruins” ou na conclusão. Claro que cada um reagirá como quiser e vai do conforto de cada um, mas “Veneration…” é disco de activa separação da arte do artista e que procura mesmo elevar-se além da mediania para justificar a sua existência pós-escândalo. Vamos remediando com isto sem as certezas de que Dagon tenha afinado.
Within an Empty Castle in Ruins, Primordial Philosophy and Pure Spirit, Light of My Dark Essence
Sargeist, Satyricon, Tsjuder