Já andam aí há tempo suficiente e com uma discografia vasta que chegue para não passarem despercebidos. Ou para ainda terem surpresas reservadas para nós. “Nonagon” é um novo álbum dos Blood Red Throne, já o décimo-primeiro, e nele praticam o seu death metal de uma forma que nos faz chegar ao fim com a certeza absoluta de que acabamos de ouvir um álbum de Blood Red Throne.

Pois é, é um “mais do mesmo” que conseguimos defender facilmente como “consistente.” Presentes estão as suas referências norte-americanas antiguinhas, dos Cannibal Corpse aos Deicide, e têm tanto espaço como a referência Sueca melódica, que a lâmina de “Ode to the Obscene,” “Every Silent Plea,” ou da faixa-título está bem afiada. E como são Noruegueses, se deixam uma janelinha aberta, lá entra uma corrente-de-ar gelada que remonte a um pouquinho de black metal. Mesmo que essa parte esteja muito mais reduzida, a anulada, aqui em “Nonagon.” Portanto, a fórmula já é conhecida. Mas é a “comfort food” do fã de death metal. Se fosse a ver o rótulo e andassem para lá ingredientes novos é que podia causar azia.

O que se pede é que as malhas estejam lá e peçam para ser repetidas. Com voz ainda a alternar entre aquele gutural grave, à Morbid Angel ou Deicide, e o registo berrado bem à Gotemburgo, para fãs de At the Gates. Os riffs também oscilam entre aqueles ganchos de melodeath e um bom groove espesso, novamente nadando e atravessando o Atlântico para ir buscar as outras referências à Florida. Daniel “Død” Olaisen é um dos últimos membros originais, – até ao regresso do baterista Freddy Bolsø, chegou a ser o único – portanto não é de admirar que a guitarra seja tamanho protagonista como aqui é, deixando entrar alguma técnica nos solos, para complementar bem a simplicidade directa dos riffs. Tudo no sítio. Podemos não estar a recordar este “Nonagon” no final do ano quando quisermos listar as obras-primas de death metal do ano mas, para o próximo, ainda temos a garantia de qualidade.