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Muita farra e provocação depois e lá vamos nós apontar aquela “edge” moderna e infantil que predomina num acto como os KMFDM até nos cair a ficha de que já cá andam há quarenta anos – pretendem mesmo celebrar as quatro décadas com este “Let Go” – e, com este, já editaram 23 álbuns. Isso bem sabemos, eles não gostam de esperar ou deixar à espera muito tempo. Por esta altura, o piloto automático já deve estar activado, não já?
Por acaso está. A tal “edge” também já se esbateu bastante e, especialmente dentro da música industrial, já vimos aparecer muitos actos mais provocadores do que eles. Há segurança nas suas canções, que ultimamente até aparentam ser mais simples, menos risco e exclamações tongue-in-cheek de outrora, como “KMFDM sucks!” já chegam mais esbatidas. Não sobra muito espaço para a surpresa e até a irreverência destes actos vai de encontro ao obstáculo que toca a todos: o tempo. Os velhos KMFDM já podem mesmo ser uns KMFDM velhos. Mas isto é o que sabemos de antemão e o que esperamos. É uma expectativa mais segura. Porque não quer dizer que “Let Go” seja um mau disco ou uma proposta paupérrima de uma banda que se tornou uma paródia de si mesmo. Calma, que não chegámos a isso.
“Let Go” até é um bom exercício de controlar um pouco esse piloto automático e a nostalgia bacoca. Que o “Angst” e o “Nihil” já lá vão. Faz valer o abrandar da sua sonoridade e abertura a outras influências. Não da forma que faz dizer que “amoleceram,” mas que sabem escrever canções variadas, que tanto tragam mais de um rock alternativo dos 90s de refrão chorudo, pop dançável que será referência de muito do futurepop visto por aí, uma presença ainda maior de Lucia Cifarelli na voz, com tons mais doces e melódicos, evitando aquela juvenilidade à Angelspit. São capazes de fazer canções de puro synthpop e de trazer o peso industrial metalizado na mesma. E de manter as suas batidas à antiga, o tal “ultra heavy beat” com que Sascha Konietzko se classifica. Acaba por ser interessante mesmo que não faça muito por se tornar tão memorável ou destacar-se no meio da discografia que já ultrapassa as duas dezenas. Supera o mais relaxado “Hyena” e até é de louvar que alguém com tantos anos de carreira e de edições tão assíduas ainda seja capaz de soar assim. Mas são cinco letras que já causaram bem mais impacto.
Turn the Light On, Touch, Totem E. Eggs
Front Line Assembly, Skinny Puppy, My Life with the Thrill Kill Kult