Judas Priest

Invincible Shield
2024 | Columbia Records, Epic Records | Heavy metal

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Cinquenta anos, não é? Quase nada. Uma vida. E o tempo entre este “Invincible Shield” e “Rocka Rolla,” álbum de estreia dos Judas Priest. De carreira, podem acrescentar-lhe mais um punhado de anos. Só isso, sim. Quando apareceram ainda nem sequer tinham referências propriamente para serem realmente uma banda do dito metal. E agora são sinónimos disso. E a editar álbuns destes. Igual com o “Firepower,” quase nos faz dizer algo tão disparatado como… Isto, por esta altura, não devia ser assim tão bom.

E Rob Halford também tem já 72 anos algures naquela goela. Mas alguém se esqueceu de lhe avisar, já que quem dera a muitos com metade da sua idade terem metade da sua voz. E nem é subtil, entra a todo o gás em “Panic Attack,” que é um bom malhão de aviso. É que não se ficam por menos, remontam mesmo ao “Painkiller,” aquele que seria o último clássico da banda, lançado há 34 anos. Era. São bem capazes de já ter mais um para acrescentar. Um “Painkiller II,” se o termo não acabasse por ser um pouco depreciativo de forma incidental. Cola-o demasiado a essa referência. E “Invincible Shield” é a sua própria besta, uma surpreendente exclamação de que os Judas Priest ainda são os maiores em 2024.

Sim, a vertente que seguem é a mais speedeira desse grande álbum de 1990, do que da rockalhada festiva de quando ainda assentavam na NWOBHM da qual já se emanciparam. Dos tempos do incontornável “British Steel,” por exemplo. Mas se “Painkiller” já foi uma estupenda adaptação de uma banda clássica àqueles tempos, “Invincible Shield,” tal como “Firepower,” é uma extensão disso, chamemos-lhe uma renovação. Uma banda clássica de formação nos 70s, que tomou os 80s de assombro, que soube adaptar-se aos 90s e que entra neste presente compilando tudo isso, soando tradicional, mas de forma actual, pesadão e com uma classe tremenda e invejável. Quem já tiver desistido deles desde a infame “fase Owens” ou a mal calculada ambição de “Nostradamus” fica a perder. Os restantes cá ficamos a tentar cantar os refrães gigantes de malhas como “Panic Attack,” – e aquele remontar à “Tom Sawyer”?! – “The Serpent and the King,” “Devil in Disguise,” “As God Is My Witness,” “Trial by Fire” ou “Escape from Reality,” destaques por defeito, quase aleatoriamente seleccionados, num álbum sem fillers. O lembrete: são velhos. Não deviam ainda soar assim!

Músicas em destaque:

Panic Attack, Devil in Disguise, Escape from Reality

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sobre o autor

Christopher Monteiro

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