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Um EP especial de uma artista que já há uns anos se tem vindo a revelar como especial. Sylvaine, uma revelação da cena do blackgaze, que ainda será duvidosa para muitos, ou do pós-qualquer-coisa, muito autónoma e capaz de criar brilhantes discos praticamente sozinha. E sem medo de se expandir. “Eg Er Framand” é uma surpreendente submissão da jovem Kathrine Shepard às suas raízes Norueguesas.
Esqueçam a parte do peso, a parte black metal da fracção. O único peso que existe em “Eg Er Framand” será na melancolia. Completamente entregue à folk, num modo mais dark mas também ainda tradicional, quase que passa por um álbum a capella, tal é o foco na voz de Kathrine. Podia ser um exercício vocal, mas há uma instrumentalização mínima que fica no banco de trás, com toda a condução feita pela hipnotizante voz de Kathrine. Podia ser um álbum minimalista, se o seu valor emocional e o folclórico não fossem riquíssimos. Podia ser só um exercício experimental, uma mera gimmick. E é o que é menos: podem ser distantes do habitual e banal, mas há imensas melodias e, por muito diferente que seja, não deixa de ter tanto da identidade de Sylvaine.
Se alguém já lhe pôs em causa o talento alguma vez, – por aqui duvidamos mas, caso tenha acontecido, as motivações teriam que ser muito tristes – já está o obstáculo mais do que superado e até nem há muito mais a provar desta entidade de nome Sylvaine, que já fez grandes discos extremos e grandes discos ambientais de uma beleza enorme. Que por vezes são os mesmos. Uma rendição à folk até pode buscar comparações ao trajecto de Myrkur, mas acabam silenciadas pela primeira demonstração vocal de Kathrine neste EP que podia ser um longa-duração. Uma perfeita introdução ao folclore tradicional Norueguês, com uma edge mais dark. Mais uma faceta de Sylvaine, mais um sucesso.
Dagsens Auga Sloknar Ut, Livets Dans, Eg Er Framand
Jonna Jinton, Myrkur, Wardruna