Deathcore. Um palavrão que já causou mais arrepios mas ainda provoca a sua confusão. Assim que atingiu a sua saturação, bandas começaram a adaptar um pouco a sua sonoridade e hoje em dia, parece inacreditável, mas já pode reaparecer como uma forma de revivalismo. Mas isso do avanço além desse básico e mal-amado género, quando todos os grandes o começaram a fazer… Já os Job for a Cowboy o tinham feito há muito tempo. Um tremendo crescimento e evolução para os lados mais técnicos do death metal e hoje em dia já pouco resta do deathcore além de um nome parvo.

E ficam os Job for a Cowboy afastados desse rótulo mas ainda vistos como uns miúdos, aí de uma nova onda de música extrema, até nos apercebermos que toda uma década se meteu pelo meio, de silêncio discográfico, até este “Moon Healer.” Para nos lembrar, encaram a faceta progressiva e complexa com seriedade. Querem lembrar-nos que são veteranos e tocam como tal. Podiam perder-se na parte técnica e estar aqui uma data de shreds e muitas notas vazias, mas há canções. E podiam começar a soar datados mas há atenção nos Job for a Cowboy ao panorama à sua volta, ao sci-fi que lhes dá tema à música, ao death metal mais dissonante que tem vindo a impressionar fãs de música extrema ultimamente e aproveitar a fome deixada pelos Blood Incantations desta vida para metal bruto e jazzistico, antes que a cena se sature por completo – já começou! Porém, nada de “Moon Healer” soa a total recomeço para os Job for a Cowboy. É mais um passo lógico. Não deixa de ter breakdowns com precisão para cortar um pouco aquela indulgência e os temas nunca se esticam demais. Como se ainda quisessem dizer que fazem temas directos.

Não estarão ainda na categoria de “bandas com algo a provar” mas querem justificar a reunião. Que havia mesmo algo a fazer desde o “Sun Eater” e, mesmo que não seja um álbum imediato ou cuja técnica venha agradar todos, os Job for a Cowboy adultos já conquistaram o respeito e estão cá para ficar. Continuemos à procura do corajoso, algures nalgum comentário do YouTube, com saudades dos Job for a Cowboy do primeiro EP…