Korpiklaani

Rankarumpu
2024 | Nuclear Blast | Folk metal

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Há um abrandamento nos Korpiklaani. Não no bailarico, senão isso já não seria Korpiklaani, seria outra coisa qualquer. Mas no ritmo e assiduidade dos seus lançamentos. Poderão ser das primeiras bandas com que muitos tenham tido contacto com o folk metal e terá sido impossível não alargar logo um sorriso perante a fusão de peso e aquele folclore tão animado. E essa energia traduzia-se na proficuidade com que editavam. Tornaram-se reféns de si próprios e começaram a aparecer discos demasiado semelhantes e próximos que cometiam o sacrilégio de cortar a animação que não falhava na música dos Finlandeses. Assim não. Encolher os ombros em vez de desatar a bailar encima da mesa? Não pode ser! “Rankarumpu” já completa a dúzia. Um número grande. Mas já está tudo muito mais balançado.

Lá se aperceberem das frequentes edições e de que apenas existe um tanto de bebidas alcoólicas para as quais escrever uma ode. Deixam os discos respirar e este “Rankarumpu” já tem uma melhor recepção. E nem precisa de mudar alguma coisa. A festa é inequivocamente Korpiklaani e não falta acordeão e violino para fazer bater o pé, para a cabeça que acompanha os riffs não estar a abanar sozinha. Mas também descobriram o balanço nas suas facetas. Muito arraial começa a aproximar-se da auto-paródia e cansa. Mas se ficarem demasiado sérios já parece uma crise de identidade, já falta mesmo algo que queremos neles. E isto não se trata daquela inconsistência cínica chata de quem nunca está bem. É o tal balanço. E eles parecem procurá-lo intencionalmente neste disco. E as boas notícias é que conseguem. “Rankarumpu” pode ser o álbum mais cuidadosamente administrado dos Korpiklaani em muito tempo, e consequentemente torna-se também um dos mais interessantes. Celebremos com um passinho de dança, que “Kotomaa,” “Aita” ou “Saunaan” logo ali na primeira parte, vêm mesmo a pedi-lo.

E perante aquela imagem do velho de ceroulas a bater palminhas com o garrafão ao lado já a pender mais para o vazio, temos afinal um disco muito bem conseguido dos Korpiklaani. O tal equilíbrio procurado até parece permitir que cada lado se destaque: o lado sério intensifica-se e as loucas melodias contagiantes parecem alcançar aqui um pico – do mais catchy que já escreveram e só não nos põem a cantarolar com eles porque percebemos nem uma única palavra do que para ali dizem, mas a gente tenta na mesma! Talvez não seja só fruto do balanço e seja mesmo a escrita de canções que se encontre em forma, digamos até revitalizada, já que há mesmo um certo número de álbuns de Korpiklaani demasiado mornos para o quão enérgicos eles devem ser. E sem alguma novidade propriamente dita. É aquele folk metal inconfundível. O mais próximo de uma surpresa, só se for a introdução muito breve de “Mettään” que parece antever alguma canção de hard rock dos 80s, aí dos Scorpions ou de alguma banda glam. Mas falso alarme. Trouxeram o que lhes pedimos que seria um disco divertido. Parecem ter superado a tarefa, é divertido e interessante. Entre daí um acordeão para a malta montar já aqui o baile!

Músicas em destaque:

Aita, Saunaan, Harhainen Höyhen

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Finntroll, Turisas, Trollfest


sobre o autor

Christopher Monteiro

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