Já não deve haver muito mais por dizer em relação à capa deste novo “Banished by Sin” dos Deicide, ainda para mais sendo um pecado repetido por cada vez mais na indústria. Glen Benton até pode não ter feito a figura de urso que outro colega de profissão, e género musical, fez para tão acérrima defesa, mas lá teve que se justificar. E bem sabemos que Benton que é Benton diz sempre coisas mais disparatadas do que isso. Pronto, então avancemos para falar do conteúdo por trás da polémica capa.

Porque o álbum será exactamente o que o fã de Deicide terá encomendado. Sem as exigências mais altas, com aceitação de que os clássicos já lá vão, mas a esperança alimentada por uma recente melhoria após um período mais misto ali a partir do “Till Death Do Us Part.” Segue a vertente de “Overtures of Blasphemy” mesmo que faça soar alguns alarmes. “Banished by Sin” deve ser o mais polido que os Deicide já soaram. Até entrar aquele rugido inconfundível de Glen Benton, o início de “From Unknown Heights You Shall Fall” soa a algo que podia estar em imensos álbuns de thrash das duas últimas décadas. Mas descansem, que “Doomed to Die” já é a coisa mais Deicide que podia ter saído dos Deicide. O trabalho de guitarras encontra aqui do seu mais melódico? Também. Mas pronto, “Bury the Cross… With Your Christ” já é algo que podia estar em qualquer um da dúzia de discos anteriores e “Woke from God” é do melhor que tenham feito ultimamente.

Acaba por ser uma dinâmica que injecta algum interesse num novo disco de uma banda a arriscar aquele perigoso factor do “mais do mesmo.” Tudo no sítio para quem procura mais desse mesmo, a identidade é irrefutável e quanto aos temas… O Sr. Benton é capaz de ainda não ser o maior apreciador de ir à missa aos Domingos de manhã. “Banished by Sin” é bem conseguido e lá finta a piada fácil que estava ali à mão, de que não só a capa, mas também o álbum em si, foi gerado por uma inteligência artificial a quem lhe foi ordenado fazer um disco dos Deicide. Há malhas com personalidade, que é o que importa, e muita humanidade naquele demónio que é o Benton.