//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Perguntam-nos se podem divertir-se e nós a perguntar-lhes quem os impede. Muitos até lhe devolvem a pergunta, se não poderão os ouvintes voltar a divertir-se com um disco dos Kings of Leon, mesmo que para estes lados até se defenda a discografia aqui dos Followills. Tanto insistiram com esse “Can We Please Have Fun” até o fã perspicaz contar as sílabas da expressão e adivinhar aí o título do novo álbum. Estaria também aí subentendido um pedido de regressar às mais inocentes origens? Nisso já não podemos confiar tanto e quando nos prometem demasiado, raramente a promessa é cumprida.
Já muitas fases tiveram eles. Aquele fogoso início variado e revivalista, e o boom comercial que encheu a cabeça de muitos. Perde-se a noção mas o raio da “Sex on Fire” já tem dezasseis anos. E depois de toda a gente se fartar dos Kings of Leon, também eles e fizeram o anti-comercial “Come Around Sundown” e entraram na seguinte fase de conforto. Que é onde se esperaria que acabasse por cair este “Can We Please Have Fun” e olhamos por aí à procura da satisfação. E é um álbum que mantém aquela veia adulta, não se enche de pretensiosismos de “regressos às raízes” ou coisa que os valha, mas ainda tem uma surpresa ou outra na caixinha. Ainda tem aquela abordagem mais adulta, mas será o disco onde mais deixam entrar pós-punk, o tal revivalismo de garage rock de onde nasceram, e onde se deixam soar mais a uma banda mais indie. Tudo enquanto soam extremamente a Kings of Leon.
São contidos na mesma, por muito promissora que fosse a rockalhada de “Mustang” – que acabou por ser um destaque em todo o alinhamento – e singram nas experiências – a melancolia de “Split Screen,” o mais dançável de “Nothing to Do,” verão por aí a falar em vibes de Elvis Costello em “Don’t Stop the Bleeding” e ainda não terão ouvido muito do ambiente que há em “Seen” no costume dos Kings of Leon. E “Can We Please Have Fun” acaba por ser um “grower” na mesma, a precisar de mais audições para crescer e com ares de estio que, felizmente, não limitam. E se é para recuar, dá, podemos colocar este ao lado do “Because of the Times,” que já é um retrocesso surpreendente. As surpresas e conquistas já estão feitas e aqui estes três irmãos e um primo já tinham condições para o facilitismo, mas “Can We Please Have Fun” até vem mostrar que recusam o piloto automático. Divirtam-se, rapazes, que é assim que a malta também se diverte convosco.
Nowhere to Run, Mustang, Nothing to Do
The Strokes, Doves, The Killers