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Para recebermos o novo “Purgatory” dos já bem internacionalizados Downfall of Mankind, se calhar não é assim tão impertinente apontar o ressurgimento e revivalismo de muita coisa. Tudo o que fosse metalcore e deathcore, já divisório por si, atingiu aquela saturação que já fazia revirar olhos. Mas também já teve direito ao seu revivalismo, há muita grande banda a aparecer, a reaparecer e a dar nas vistas.
Até é uma boa boleia para os nossos Downfall of Mankind apanhar, afinal. Mas que nem seria assim tão necessária, já que estes Lisboetas desde sempre quiseram o seu próprio cunho e trabalham um deathcore mais sinfónico, mesmo que isso não lhes seja exclusivo. É Winds of Plague a referência, não é? Talvez fossem, mas já faz tempo que também façam algo ou tenham algum relevo, portanto não se perde nada em atribuir assim uma figurativa coroa aos Downfall of Mankind, que até andam a fazer isto muito bem. E com inteligência e honestidade. Honestidade porque também sabem para o que é que o fã de deathcore vem. Se a crítica ao género é a sua simplicidade e homogeneidade, então também há que alimentar quem fez isto crescer: tem todos os breakdowns, guturais ultragraves e tudo o que faz o miúdo de alargador no lóbulo abrir a pit. Sem arrogâncias de serem muito técnicos e estarem acima disso.
Mas falta o resto, e os Downfall of Mankind têm o resto. E não é só a parte sinfónica, claro. É a atenção à canção. Perdem o medo de usar a voz limpa ao saber como usá-la~, – olha, se calhar os Suicide Silence, os pais disto tudo, até queriam ter feito uma coisinha mais assim quando se espalharam ao comprido há uns anos atrás – e têm aqui um muito catártico e atmosférico “Purgatory” com bons refrães e um sentido verdadeiramente épico. Sem precisar de inventar muito e conseguindo contornar aquela dinâmica do metalcore mais juvenil, no que ao convívio de voz limpa com berrada diz respeito. Como uns Scar Symmetry mais extremos – e aí está mais um nome que não anda a ser muito nomeado ultimamente! – ou uns Carnifex com um forte vocalista limpo. Ainda conseguem Matt Heafy como convidado na faixa-título que, mesmo já tendo feito amigos portugueses – e é tirar a cerveja do congelador para o receber – não deixa de ser um gigante internacional a servir de selo de aprovação. É porque estes moços andam a fazer alguma coisa bem. E andam. Se o core está realmente a ter um revivalismo, por cá – onde até nem chegou a haver catadupa do deathcore – também já está bem entregue.
Purgatory, Down the Barrel of Madness, As Much as Your Sorrow
Winds of Plague, Suicide Silence, Carnifex