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Contínuas desilusões discográficas dos Smashing Pumpkins dificultam a tarefa de descrever a peça que Billy Corgan é e chegar à vírgula que antecede a parte “mas é um músico brilhante e genial.” Até sabemos que é, porque tem ele muitas provas disso no passado. O problema é que esse passado está cada vez mais longínquo e partimos para a descoberta deste “Aghori Mhori Mei” com demasiado cuidado e expectativas muito contidas. Não vamos nas suas promessas do “este é à antiga” e vemos a estratégia de lançar isto quase de total surpresa e sem singles como uma forma de não nos afugentar logo.
Já ganhámos o direito a sermos tão cépticos, com a paciência que tivemos para digerir a trilogia de mediocridade que foi a rock opera “ATUM,” aquele projecto com bem mais ambição do que nexo. Não aprofunda muito dizer que este “Aghori Mhori Mei” é melhor do que esse – que é – dado onde estava a fasquia. E mesmo assim, continua ali no mediano, com tanta falta de ganchos, de garra, de canções que realmente se agarrem, de riffs, – já que era para eles voltarem – daquele refrão gigante. É realmente um novo álbum orientado por guitarra, mas nem conseguimos detectar se Corgan se está a divertir com isso ou se o faz a amuo, para ver se o deixam de chatear. E realçamos que o uso de electrónica não era o principal pecado, ali o polarizador “CYR” tinha uma boa faixa ou outra. Tem a ver com a forma como se faz, e o poço de criatividade do actual dono e booker da NWA parece estar cada vez mais seco.
Altos que nunca se elevam muito e baixos, que tornam a experiência geral pouco memorável. Mesmo havendo coisas que até saibam bem, como a irreverência rock que até abre bem o disco em “Edin” e “Pentagram,” ou o cheiro a 90s que se sente logo com “Sighommi” ou “Goeth the Fall,” ou como sai bem quando metalizam um pouco mais a coisa como em “War Dreams of Itself” – esta, ainda assim, tão próxima da “Beguiled” – ou “Sicarus,” ou quando elevam a um patamar mais trágico-cinemático como em “Pentecost” – resgate do que tornou “Disarm” ou “Tonight, Tonight” grandes a toda a força. Mas fica tudo a saber a tão pouco. E é escusado vender tanto isto como um regresso ao “Siamese Dream” ou ao “Mellon Collie.” Até pode ser um regresso, mas é ao “Zeitgeist” e isso já valerá o que vale. Não há cinismo que chegue para não reconhecer que este nome titânico assinou dos melhores discos dos 90s, e de sempre. Não sabe nada bem conformar com a satisfação deste “Aghori Mhori Mei” sabendo o peso que a expressão “melhorzito que as últimas coisas que têm feito” realmente tem.
Edin, War Dreams of Itself, Sicarus
Smashing Pumpkins, com toda a paixão incondicional