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Há muita saúde na vida pós-Delain, para não dizer que há mais ainda. O legado com a banda também é porreiro. E se a banda também se está a dar lindamente com o novo alinhamento, óptimo. Todos ganham. Mas Charlotte Wessels já mostrou as suas capacidades de se emancipar e impor-se na cena pesada, e não só como uma cara bonita que é a ex-vocalista dos X ou dos Y. É Charlotte Wessels, assim só, uma das grandes vocalistas a acompanhar no panorama pesado mais melódico.
“The Obsession” quase se sente como o verdadeiro primeiro disco do seu percurso a solo. Claro que não é, mas os anteriores dois volumes de “Tales from Six Feet Under” sentiam-se mais como uma experiência. Compilava as canções que ela ia lançando e onde ia amadurecendo os seus dotes de compositora. Também explorava outras sonoridades mais pop, indie, progressivas, e procurava imensas influências. Foram os seus discos de cantautora. Agora que já sabemos do que ela é capaz, chega o álbum mais convencional, mais pesado, que realmente adocique o paladar do fã de Delain. Até a banda com que se acompanha é um “who’s who” de ex-membros da banda que saíram ao mesmo tempo que ela. E volta o metal sinfónico grandioso, com um ouvido mesmo muito apurado para a melodia, que foi sempre o forte dos Delain: até o mais durão dos metaleiros em negação anda hoje a cantarolar a “Stardust,” a “Stay Forever,” a “Electricity” e mais uma data delas, mas não quer dizer.
Não é só a banda que acompanha, todo o território de “The Obsession” é familiar. Até as convidadas especialíssimas são as suspeitas do costume, as omnipresentes amigas Simone Simons e Alissa White-Gluz, que até dão bons ares das suas graças em dois temas de destaque. E é mesmo do que mais faça lembrar Delain, mas com temas mais introspectivos, seja depressão, medo e, claro, obsessão. Mesmo sendo o seu álbum mais “de banda completa,” não deixa de ser muito pessoal e aproveita o peso extra das canções para fortalecer a sua carga emocional. Nesse peso pode realmente recorrer a uma certa batota, como colocar a maioria dos riffs naquele registo quasi-djent para não deixar que se afoguem, quando o destaque será sempre, e justifica-se, a sua voz. Com a qual até exibe umas brincadeiras novas como em “The Exorcism,” casa bem com aquele surpreendente gospel de “Praise” e tem aptidão para qualquer tipo de hino grandioso, como uma “All You Are,” que cabe num estádio onde estejam os Muse. Vem para ficar e basta-lhe o próprio nome. Quer a lançar canções intimistas ou com este projecto de banda, assim a brincar também se vai tornando das mais versáteis.
Dopamine, The Exorcism, All You Are
Delain, Epica, Within Temptation