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Pronto, parece que temos aí um bom termo para descrever Townsend, desencantado pelo próprio, abraçando as suas excentricidades. Então continua a proficuidade neste “PowerNerd,” a seguir um retorno àquele identificável universo Townsend de “Lightwork.” Com quê? Grandeza, peso, refrão gordo e muito humor. Tudo no sítio. Que importa que, à primeira audição, até pareça dos seus mais simples?
Podemos ser verdadeiros e confessar que “PowerNerd” agrada mas não deslumbra à primeira. Até fica aquela sensação ingrata de já termos a impressão de ter ouvido algumas destas canções antes. A faixa-título entra, muito à Motörhead, diga-se, e começa a parada de malhas à Devin Townsend como nos tem vindo a deliciar desde que se emancipou dessa entidade do peso desenfreado que eram os Strapping Young Lad. E afinal até é capaz de ser tudo para ser mesmo assim. O próprio Devin anunciou que não demorou assim tanto tempo a escrever o disco – que nem um PowerNerd – e meio que desligou o cérebro. Ou seja, isto tudo já lhe sai naturalmente. Não havia dúvidas. As suas extravagâncias não são forçadas e, pela altura em que já ouvimos o disco mais vezes e descobrimos os novos encantos nas canções que pareciam surtir menos efeito, já ganha mais uma nuance.
Devin tem vindo a humanizar-se cada vez mais e realmente sentem-se discos cada vez mais emocionais. Mas não num sentido fatela. Devin apenas tem vindo a depositar mais de si na sua música. E acaba por servir tão bem de introdução para o seu bizarro mundo como algumas das suas obras mais tresloucadas. Se por acaso ainda estranharem amplas doses de humor por parte do tipo que criou o Ziltoid e que já enfeitou grandiosos palcos com genitálias insufláveis dançarinas, então são novos por estas andanças. Fora essa situação, não têm que levar a mal que feche com “Ruby Quaker,” uma breve encarnação de Paul McCartney antes de irromper em peso, tudo para declarar a sua adoração por café. É fantástico e segue “Goodbye,” uma das suas grandes canções dos últimos tempos. Tudo isso joga a seu favor. “PowerNerd” pode ser dos seus álbuns mais simples, sim. Mas Devin Townsend continua longe de estar sem ideias.
PowerNerd, Gratitude, Goodbye
Lista de projectos a que Devin Townsend dá o nome