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Captain America: Civil War
Título Português: Capitão América: Guerra Civil | Ano: 2016 | Duração: 147m | Género: Acção, Aventura
País: Estados Unidos | Realizador: Anthony Russo, Joe Russo | Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson

Toda a pressão estava em cima da Marvel antes da estreia deste Captain America: Civil War, especialmente após o falhanço tremendo que foi Dawn of Justice da DC já neste ano. A premissa de ambos os filmes é muito semelhante, opondo super-heróis com argumentos em volta de um possível abuso de poder dos mesmos. O que vemos aqui é uma lição da Marvel, sendo este Civil War melhor a todos os níveis do que foi Dawn of Justice, mas mantendo-se ao mesmo tempo muito igual àquilo a que já estamos habituados nos vários filmes anteriores deste estúdio.

Acima de tudo, este é um filme acerca do Captain America e nesse sentido dá seguimento aos acontecimentos de Winter Soldier, com a presença importante da personagem Bucky Barnes. As acções desreguladas de vários Avengers, que vão deixando um rasto de vítimas inocentes, são o centro da discussão quando chegam à atenção das entidades de segurança internacionais. Aqui começam a formar-se diferentes grupos, com opiniões opostas relativamente à vontade de tentar regular o poder dos super-heróis, tornando-os parte de uma organização maior que decidiria quando seria, ou não, necessária a intervenção destes. Surgem algo semelhante a duas facções diferentes, lideradas por Captain America e Iron Man, mas a Marvel é inteligente no modo como escapa ao enorme erro que seria promover o filme apenas com base neste duelo.

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Civil War tem, pelo menos, a mesma dose de ambição que os dois filmes dos Avengers tiveram antes. Há uma quantidade até superior de super-heróis que se tenta reunir neste filme, com especial destaque para o novo Spiderman de Tom Holland e a primeira aparição de Black Panther (Chadwick Boseman). Esta é a maior arma da Marvel, criou todo um universo cinematográfico interligado que pode invocar quando quiser sem perder a química já existente entre as personagens ou sem que se estranhe haver mais, ou menos, presenças de super-heróis. Ainda assim, não conseguimos deixar de estranhar as posições que algumas personagens têm relativamente ao problema central do filme, parecendo que são as personagens menos prováveis a ter as posições mais radicais. Do mesmo modo, parece pouco provável que alguns super-heróis tenham especial interesse em fazer parte daquela luta, mesmo estando presentes com tanta vontade quanto os outros. São falhas a que sagas com vários anos em cima se sujeitam, mas que deveriam ser evitadas.

A acção a que temos direito é tudo aquilo que um fã quer e deseja deste filme, no melhor estilo que já tem sido utilizado anteriormente. Há razões para a Marvel ser actualmente a líder a nível de filmes de super-heróis e isso prende-se com a capacidade de fazer boas sequências de acção rápidas, criativas e com uma dose certa de humor. É um facto que esta começa a ser uma receita já batida e que em alguns momentos sentimos que já vimos antes algo muito semelhante, mas não deixa de ser com muita satisfação que acompanhamos cenas como a que tem lugar no aeroporto, tão promovida em trailers sucessivos. Também aqui há uma superiorização ao que foi feito no filme que opôs Batman a Superman: Civil War não fez uma campanha tão agressiva no sentido de colocar uma equipa Captain America contra a equipa Iron Man e no final acaba por nos dar muito mais nesse âmbito do que a tentativa da DC conseguiu.

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O filme da Marvel, realizado pelos irmãos Russo, sobe muito em qualidade quando comparado com o Age of Ultron e isso é um óptimo indício para o Infinity War que nos chega em 2018 e 2019. Tem as suas falhas a nível de identidade dos diferentes super-heróis, muito por este ser também o mais exigente filme da Marvel neste aspecto. As relações construídas anteriormente são questionadas e é dada maior atenção às ligações entre as várias personagens. Neste contexto, o humor típico nestes filmes acaba por ter, em alguns poucos casos, um efeito negativo num ambiente que teria de ser criado num outro tom. Para o futuro, será interessante ver como vai acontecer um filme como Avengers, assente na união, depois da quase total desconstrução de relações que acontece em Civil War e que não pode, de todo, ser ignorado em futuras entradas neste enorme universo da Marvel.


sobre o autor

Sandro Cantante

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