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Recentemente os senhores do metal progressivo, Periphery, lançaram um álbum duplo que dá pelo nome de Juggernaut. Como que num relembrar de tempos idos e das famosas cassetes com os seus lados A e B, os Periphery dividiram o trabalho em duas partes, às quais chamaram de Alpha e Omega, respectivamente.
Em geral, Juggernaut traz uma sonoridade um pouco menos pesada que a dos trabalhos anteriores. É também um registo conceptual, com tudo o que nos acostumamos a ouvir nesse tipo de álbuns: músicas que se interligam, outras que funcionam como prelúdios, etc.
Na parte Alpha podemos assinalar “22 Faces”, “MK Ultra” ou “The Scourge” como exemplos da sonoridade de trabalhos anteriores, acabando esta última com um outro mais à rock electrónico que serve de introdução ao single, “Alpha”, dono de um grande riff e de um refrão de ficar no ouvido, isto para não falar no final de fazer vergar cabeças repetidamente na direcção do solo; mas sempre, também, a preparar-nos para a “próxima ronda”.
A componente electrónica sempre foi algo que caracterizou bastante a sonoridade dos Periphery, que neste álbum é ainda mais patente, como podemos sentir em “Heavy Heart” ou mesmo em determinadas secções de “Alpha”.
Omega arranca com “Reprise”, que no fundo é uma nova versão – e mais curta – para “A Black Minute”, a primeira faixa do lado Alpha; a esta segue-se “The Bad Thing” e venha aí o metal agressivo, pesado e com “cheirinhos” bastante melódicos e “bonitinhos”; é impressionante como estes senhores tão simples e facilmente conseguem passar da agressividade extrema à acalmia. Dá também para ouvir a mestria técnica, enquanto músicos executantes, sobre cada um dos seus instrumentos, em especial por parte dos três guitarristas.
“Priestess” é talvez o mais próximo de uma balada em todo o álbum. Prenuncio disso mesmo, é, desde logo, a linha melódica feita por uma guitarra acústica que abre o tema. Sol de pouca dura, pois que venha “Graveless”! É preciso dizer mais alguma coisa? Acho que não.
“Omega” é a música mais longa do álbum com cerca de 11 minutos e bem que se poderia chamar algo como “Juggernaut Symphony” que ninguém iria estranhar. Deixemos o espaço para as coisas estranhas virem por último.
Dotados de uma técnica e musicalidade impressionantes, os Periphery já são uma completa certeza na cena do metal progressivo e este Juggernaut, apesar de menos agressivo e com menos screams, é mais um tijolo no muro dessa certeza. Para além de ter uma sonoridade impressionante em termos de produção, arrisco-me mesmo a dizer que é o melhor trabalho da banda até agora (e os outros não são de todo maus!). Segundo eles, este álbum foi feito exactamente da forma que idealizaram trabalhar quando se juntaram, o que deixa água na boca para o que aí vem.