Entrevista


Red Fang

Os Red Fang são uma banda que existe apenas como uma combinação destas quatro pessoas.


© James Rexroad

Os Red Fang estão de volta e trazem no novo disco “Only Ghosts” toda a energia e boa-disposição a que já são associados. Sem que o crescente sucesso da banda lhes suba à cabeça, o simpático e brincalhão baixista Aaron Beam esclareceu-nos em relação às suas vidas no estúdio e na estrada, numa conversa onde não faltaram declarações de amor por Portugal e tremoços!

Parabéns por mais um excelente disco! Como foi o processo de gravação daquele que já é o vosso quarto álbum?

Muito obrigado! Foi uma experiência fantástica gravá-lo. Passámos mais tempo a preparar-nos antes de irmos para o estúdio, e assim que lá chegámos, estivemos um mês inteiro a viver lá e a trabalhar neste disco. Temos sempre gravado em Portland e é fácil distrairmo-nos por lá.

O vosso crescente sucesso e atenção da imprensa, com notáveis aparições em TV, teve alguma influência na abordagem das gravações?

Não tenho a certeza se teve uma influência directa, mas acabámos por ter mais cuidado connosco mesmos para não deixar que a experiência fosse uma desilusão de alguma forma. Queríamos fazer com que o disco fosse orgânico e natural e que não parecesse apressado. Não queríamos sentir que estávamos a fazer um disco temporizado.

Trabalharam com o gigante produtor Ross Robinson. Alguma razão em particular para o escolher? Como foi trabalhar com um produtor tão famoso?

Bem, nós tínhamos uma lista de ideias para produtores e o Ross estava na lista como alguém que nos tinha sido recomendado pelos nossos amigos Wild Throne. Falámos dele ao nosso manager e assim que ele soube que estava na lista marcou imediatamente a viagem de avião para Portland para sair connosco por uma tarde. Curtimos a vibe dele e parecia bastante óbvio, desde conhecê-lo a falar com outros amigos que gravaram com ele, que tínhamos de aproveitar a oportunidade. Foi um desafio trabalhar com ele mas foi muito muito divertido e recompensador!

©James Rexroad

©James Rexroad

Vocês são um caso raro: uma banda que nunca mudou de alinhamento. Qual é o segredo? Acham que isso tem um papel significativo no vosso som, identidade e métodos de trabalho?

O segredo é que os Red Fang são uma banda que existe apenas como uma combinação destas quatro pessoas e de como os nossos estilos de escrever e tocar encaixam juntos. Se qualquer uma das quatro partes fosse diferente, não seria Red Fang. É tão simples quanto isso.

Têm prestado atenção ao feedback do álbum? Tanto da imprensa como dos fãs? Isso é algo que costumam ter em consideração?

Não, não é algo que possas ou devas ter em consideração. Para além disso, este disco foi uma experiência tão excelente e gratificante para nós, que sabíamos que tínhamos atingido o que queríamos e precisávamos musicalmente e isso é que importa. Os gostos e disposições divergentes das pessoas não deviam ter qualquer importância sobre como nos sentimos e com o que atingimos.

O assunto que vem sempre à baila: os vossos famosos vídeos! De onde é que surgem as ideias e têm algo previsto para o que se segue?

Whitey McConnaughey! Mas também o nosso amigo Michael Illick está a trabalhar num novo que não nos envolve tanto como actores e estou muito ansioso por vê-lo!

Também são bem conhecidos pelos vossos espectáculos ao vivo. Consideram-se uma banda de palco que escreve e grava as canções para serem tocadas ao vivo?

Absolutamente. Somos músicos ao vivo em primeiro lugar. E foi só com esta banda que começámos a ver o estúdio como um sítio onde se pode fazer algo mais do que apenas captar uma gravação ao vivo.

E por falar em espectáculos ao vivo, já têm um trimestre final muito ocupado com datas Europeias e Norte-Americanas. O que é que têm previsto para estes concertos?

Vamos tocar um set inteiro de canções dos Red Fang de início ao fim. Vamos, quase de certeza, falhar uma nota ou duas. Provavelmente vamos tocar algumas canções mais rápidas do que estão no disco. Vai ser brutal!

A vossa tour Europeia de Outubro está bastante cheia e, infelizmente, não há datas em Portugal. Alguma chance de vos vermos novamente em breve, talvez no próximo ano?

Meu Deus, sim! Nós adoramos Portugal! Faremos tudo que estiver ao nosso poder para voltarmos. Sei que estamos a começar a agendar concertos por alguns festivais Europeus em Junho e vou pressionar bastante para nos levar de volta a Portugal, meu amigo!

No entanto não são estranhos a este país e existe uma performance recente na primeira edição do festival Reverence Valada, em 2014. Têm memórias dessa visita? Que impressões tiveram das plateias Portuguesas?

Claro que me lembro! Fui tão bem tratado. Os organizadores do festival até conseguiram uns tremoços para mim. Adoro esses petiscos! Esse festival foi lindo e positivo, e passámos mais um tempo na Península Ibérica, que é uma das minhas partes favoritas da Europa. Mal posso esperar para voltar!

No geral, o que podemos esperar dos Red Fang no futuro próximo e no próximo ano?

Concertos, concertos, concertos, concertos. E mais uns vídeos! E talvez algumas faixas novas lançadas como um EP…?


sobre o autor

Christopher Monteiro

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